Um ditador como o general que derrubou o governo de Salvador Allende no Chile, Augusto Pinochet, é a proposta da revista norte-americana Forbes para resolver a crise na Ucrânia, destacam hoje meios de comunicação russos.
Ao comentar essa proposta contida em um artigo do colunista Iván Kompan, a emissora de televisão Russia Today recorda que o país vizinho serve de arena de combates por zonas de controle entre oligarcas e esquadrões neonazistas, que aplicaram um golpe de Estado contra o presidente Víktor Ianukovitch com o apoio do Ocidente.
Kompan ignora os crimes e torturas sofridas por dezenas de milhares de pessoas com o simples argumento de que "a figura de Pinochet é ambígua" para ponderar, sobretudo, o suposto "milagre chileno" que em sua opinião representou a imposição de receitas neoliberais no país sul-americano.
O colunista estabelece como denominador comum entre a Ucrânia do golpe patrocinado por Washington e a União Europeia em fevereiro de 2014 e o Chile do 'pinochetazo' em 1973 "uma economia destruída, pobreza e desconfiança entre diferentes partes do país".
Como diferença chave, assinala Kompan, "há 40 anos no Chile apareceu um estrategista que prometeu pouco, mas fez muito. É precisamente do que agora precisa a Ucrânia", reitera o articulista da revista capitalista.
Segundo RT, Kompan enche o ditador chileno de elogios pela implementação de "reformas econômicas" inclusive a longo prazo em detrimento de benefícios sociais.
Kompan acrescenta que a lição principal da história chilena "não é o conteúdo das reformas, mas seus autores" e faz votos para que surjam ucranianos "que mudem o país de um Estado oligárquico e feudal em um capitalista e democrático".
"Como o processo é bastante complicado, não poderá ser realizado sem um Pinochet ucraniano", conclui o articulista da Forbes ao deixar claro o modelo de "democracia" que o Ocidente promove na Ucrânia.
Fonte: Prensa Latina
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