Autor: Fernando Brito
Hoje, na visita feita por Dilma Rousseff ao restaurante
popular em Bangu, zona Oeste do Rio, o candidato do PR, Anthony Garotinho, não
perdeu a chance de fazer uma gozação contra seus arqui-inimigos Sérgio Cabral,
Jorge Picciani (presidente do PMDB) e Eduardo Cunha.
— Cadê o Aezão? Onde está aquele pessoal? Por onde anda o
Jorge Picciani (presidente estadual do PMDB e criador do “Aezão”)? — provocou
Garotinho, usando ironia ao citar nomes de deputados do PMDB que disputam novo
mandato. — Fiquei sabendo que deu a maior ventania lá em Saquarema e caíram
todas as placas que tinham o Paulo Melo com o Aécio. Deu outra ventania em
Jacarepaguá e caíram as placas de Brazão e Eduardo Cunha com Aécio. Esse
pessoal é assim…
E é verdade.
Há três semanas, numa esquina próxima à minha casa, os
contratados da candidatura do filho de Sérgio Cabral agitavam bandeiras com
Aécio. Sumiram as bandeiras.
A classe média da Zona Sul bandeou-se para Marina e
sobraram, segundo o Ibope, 11% das intenções de voto.
Dilma tem 38% e Marina, 30%.
O apoio de Garotinho, embora a Presidenta tenha de produzir
o milagre de equilibrar-se entre quatro candidatos que, ao menos oficialmente,
a apóiam, é o mais significativo para Dilma: ele tem o eleitorado de perfil
mais popular e, junto com Marcelo Crivella, segura o voto evangélico que Marina
Silva atrai.
Ambos têm também um eleitorado de talhe popular, que coincide
com o de Dilma.
E, ao contrário do que muita gente de esquerda acha – por
conta da rejeição enorme que ele tem na classe média – não acho impossível
Garotinho ganhar a eleição aqui.
Não deixo meus ressentimentos pelo que fez a Brizola
interferirem em minha avaliação eleitoral.
Ao contrário de Pezão, Crivella e Lindbergh , a Garotinho sobra ousadia.
E e em eleição com
candidatos chochos, que não se definem claramente, ousadia pode ser um
diferencial decisivo.
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