O deputado Beto Albuquerque (PSB-RS) fez, neste domingo, a
declaração mais grave de toda a campanha eleitoral; afirmou que a ex-senadora
Marina Silva não deve se preocupar com a ausência de base parlamentar no
Congresso porque irá governar "com a força das ruas"; em seguida,
anunciou o cerco ao Poder Legislativo: "Depois de eleger Marina, temos de
ir para as ruas dar a ela a cobertura para que possa exigir do Congresso as
mudanças necessárias ao país"; será que Beto pretende convocar para
Brasília novas manifestações, como as que depredaram o Congresso e o Itamaraty
em junho do ano passado?; será que vale também depredar agências e caixas
eletrônicos do Itaú, de Neca Setúbal?; coincidência ou não, o "black
bloc" Caetano Veloso foi um dos primeiros a marinar; no entanto, os outros
dois presidentes que decidiram peitar o Congresso, Jânio Quadros e Fernando
Collor, não terminaram seus mandatos
1 de Setembro de 2014 às 06:47
247 - Para quem ainda considera exagerada a comparação entre
Marina Silva e os ex-presidentes Jânio Quadros e Fernando Collor, que foram
eleitos prometendo uma nova política e caíram porque não tinham base
parlamentar, vale a pena prestar atenção ao significado das palavras ditas,
neste fim de semana, pelo deputado Beto Albuquerque (PSB-RS). Vice na chapa de
Marina, ele afirmou que Marina irá governar "com a força das ruas",
minimizando o fato de sua candidata não possuir nenhuma articulação política
consistente.
O mais grave, no entanto, foi a declaração seguinte, quando
o vice de Marina praticamente convocou novas manifestações diante do Congresso.
"As urnas, quando te dão essa força, permitem que você estabeleça uma
relação política na largada. Ou seja, não vamos propor reforma tributária,
reforma política, no terceiro ano. Vamos propor nos primeiros meses do primeiro
ano de governo, para que esse lastro da sociedade, que está vindo conosco,
permita uma negociação diferente na Câmara e no Senado. Nós vamos construir
essa maioria, mas sem cacifar as velhas raposas", afirmou. Em seguida,
Beto fez a ameaça: "Depois de eleger Marina, temos de ir para as ruas dar
a ela a cobertura para que possa exigir do Congresso as mudanças necessárias ao
país."
O que o vice do PSB disse foi cristalino. Sem força política
e sem base parlamentar, um governo Marina convocaria as ruas para emparedar o
Congresso. Coincidência ou não, em junho do ano passado, quando manifestantes
cercaram o Congresso Nacional e houve um princípio de incêndio no Itamaraty,
foram identificados integrantes da Rede, alguns bem próximos a Marina Silva,
entre as lideranças das manifestações.
Se o novo modelo proposto por Marina e Beto, num programa de
governo coordenado por Neca Setúbal, propõe suplantar o Congresso e governar
"com a força das ruas", é preciso questionar se essa tática black
bloc comporta também a depredação de agências bancárias, como as do Itaú?
Ao apoiar publicamente Marina Silva, o cantor e compositor
Caetano Veloso, que, no passado, se vestiu de black bloc, afirmou que é
impossível ceder à luz irresistível que emana da candidatura do PSB. As
declarações de Beto Albuquerque, o recuo de Marina diante do pastor homofóbico
Silas Malafaia e as revelações de que ela consulta a Bíblia antes de tomar
decisões prenunciam uma era de obscurantismo.
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