Autor: Eduardo Guimarães:
Imagine, leitor, se Lula tivesse dado dinheiro público a
algum parente durante seu governo. A mídia e a oposição não se contentariam com
impeachment. Possivelmente, exigiriam pena de morte. De preferência, por
imersão do petista em óleo fervente.
Para que se possa mensurar o nível de intolerância da
imprensa, do Ministério Público, do Judiciário e da Polícia Federal com
petistas e o nível inacreditável de tolerância com tucanos, basta lembrar que
um dos filhos de Lula foi julgado e condenado pelos meios de comunicação por
uma empresa com a qual se associou ter tido relações com o governo do pai.
Pois bem: na edição de terça-feira (14) da Folha de São
Paulo, em matéria escondidinha no “caderno especial” sobre as eleições – e,
claro, sem chamada alguma na primeira página –, o jornal relata um escândalo
surpreendente: quando governou Minas Gerais, Aécio Neves deu dinheiro do Estado
diretamente a empresas de sua família. No caso, algumas rádios.
A matéria da Folha escandaliza por revelar um nível quase
inacreditável de, ao menos, espantosa incúria dos governos do PSDB de Minas
Gerais com a “res publica”, razão pela qual a matéria espantosa saiu muito bem
escondida no jornal da família Frias. Talvez por isso, ao fim da manhã do dia
da publicação, essa matéria tenha ganhado pouco destaque.
Confira, abaixo, a denúncia – pero no mucho – da Folha.
O escândalo foi descoberto em 2011. A Folha diz que, naquele
ano, “o PT pediu que o Ministério Público investigasse a publicidade nas
empresas da família [de Aécio]”. Porém, o que o jornal não diz é que a
descoberta decorreu de um dos fatos que mais depõem contra um político que,
tragicamente, tem chance de governar o Brasil (!).
Leia, abaixo, matéria do portal G1 de abril de 2011
Clique aqui para visitar a página original da matéria
Esse é o homem que nos gera o risco de que venha a governar
o país.
Continuando. De fato, foi o PT de Minas Gerais que pediu
para o Ministério Público investigar pagamentos que o governo Aécio Neves fez à
família do então governador daquele Estado entre 2003 e 2010. Porém, o que a
matéria não diz é como foi que o PT descobriu, em 2011, que o agora
ex-governador mineiro se beneficiava PESSOALMENTE daqueles pagamentos.
Quase um ano após a detenção de Aécio no Rio de Janeiro por
supostamente estar dirigindo embriagado – já que se recusou a fazer o teste do
bafômetro –, o Ministério Público de Minas Gerais instaurou inquérito civil, a
pedido do PT, para investigar repasses feitos entre 2003 e 2010 pelo governo
mineiro à rádio Arco Íris, de propriedade da família do tucano.
Além de Aécio, também consta no inquérito MPMG-0024.12001113-5
a irmã dele, Andrea Neves, responsável pelo controle de gastos do governo
mineiro com comunicação durante o governo do irmão.
Mas como foi que o PT descobriu tudo isso? Simplesmente
porque o veículo que Aécio dirigia quando foi detido em 2011 no Rio por dirigir
com a carteira de habilitação vencida e por ter se recusado a fazer o teste do
bafômetro pertencia a ninguém mais, ninguém menos do que à emissora de rádio da
família do tucano.
Aécio dirigia um jipe Land Rover, placas HMA-1003, comprado
em novembro de 2010 em nome da emissora.
Sem a detenção de Aécio na blitz da lei seca no Rio em 2011,
nada disso teria sido descoberto. E quem diz não é este Blog, mas outro jornal
que, tal qual a Folha, apoia o PSDB: o Estadão. Por isso, esse jornal publicou
em 2012, também sem destaque e sem continuidade, a matéria que você pode
conferir abaixo.
Clique aqui para visitar a página original da matéria
Como se viu na matéria recente da Folha, o caso não deu em
nada porque, tal qual ocorre em São Paulo, a ditadura tucana mineira cooptou o
Ministério Público local. O então procurador-geral do Estado, Alceu Marques,
encerrou o caso sem sequer verificar os valores que o Erário de Minas Gerais
doou às rádios da família de Aécio e, como prêmio, foi nomeado secretário do
Meio Ambiente pelo governo tucano que os mineiros acabam de rejeitar nas urnas.
Se tudo que vai acima não o convenceu de que pôr alguém como
Aécio na Presidência seria um suicídio coletivo do povo brasileiro, a menos que
você esteja sendo pago pela campanha tucana é melhor que procure, com urgência,
tratamento psicológico.
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