Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:
Todos sabem qual foi a primeira grande mentira pública sobre
Lula. No segundo turno da campanha eleitoral à Presidência de 1989, Miriam
Cordeiro, ex-namorada do então candidato do PT à Presidência, Lula, apareceu no
programa eleitoral de seu adversário, Fernando Collor, para acusar o pai de sua
filha Lurian de supostos defeitos morais.
Rapidamente, Lula conseguiu direito de resposta no Tribunal
Superior Eleitoral. A eleição em segundo turno ocorreria em poucos dias e não
havia tempo a perder.
Porém, já era tarde. Ficara a versão de Lula contra a da
ex-mulher. Ela o acusara de ser “racista”, “abortista” e de desprezar a filha
que tinham tido, Lurian. O prejuízo eleitoral era insanável.
Lula ainda tentou uma última cartada para desfazer a farsa.
A pedido da filha, então adolescente, levou-a ao seu programa eleitoral, porém
sem que ela abrisse a boca, o que só faria publicamente muitos anos depois,
confirmando tudo o que o pai afirmara sobre a relação dos dois naquele final de
1989.
A menina muda ao lado de Lula não foi tão convincente quanto
a verborragia de uma ex-mulher que o odiava e que, além disso, tinha bom$
motivo$ para difamá-lo. Anos mais tarde, em entrevista ao Jornal do Brasil,
Miriam Cordeiro revelou que fora paga por Collor para caluniar o pai de sua
filha naquele infame programa eleitoral.
Pulemos um quarto de século. Final de 2014, dezembro. O
Jornal O Globo, que apoiara a estratégia eleitoral de Collor contra Lula, em
1989, divulga matéria afirmando que Lula seria dono de um imóvel de luxo no
Guaruja, que estaria reformando, apesar de que o ex-presidente nem tinha as
chaves.
Aquela deve ter sido a milionésima mentira assacada contra o
ex-presidente da República ao longo de sua carreira política. Mas talvez nem o
próprio Lula tenha se dado conta de que aquela mentira era especial, porque
fora espalhada no aniversário de 25 anos da primeira grande calúnia que sofreu,
a que usou Miriam Cordeiro.
Nem um mês depois, agora na primeira semana de janeiro
último, surge outra invenção contra o ex-presidente. Teria um câncer
gravíssimo, no pâncreas, onde a cura é extremamente difícil. Ou seja, estaria
desenganado. Mais uma vez, ele teve que se mobilizar para desmentir uma
invenção.
Mais um mês, mais uma farsa contra Lula. Alguns dirão que
talvez seja a pior, mas este que escreve julga que foi apenas a mais bizarra,
pois, agora, já se poderia dizer que não falta inventarem mais nada contra ele.
Sim, Lula, agora, já pode dizer que foi acusado até de ter
morrido.
E se quiserem atribuir essa farsa inacreditável ao “submundo
da internet”, não rola. 10 dias após a penúltima mentira, a revista Veja não
apenas inventou um sobrinho de 3 anos para o petista; também inventou que a
festa de aniversário da criança imaginária custaria 220 mil reais e presentearia
cada convidado com um I-Pad.
Há um quarto de século funciona uma infame indústria de
calúnias contra Lula. E o que é mais surpreendente é que, de certa forma, os
donos dessa indústria são os mesmos de 25 anos atrás, se se considerar que
Collor não passou de um títere dos mesmos impérios de comunicação que caluniam
Lula sem parar desde 1989.
0 comentários :
Postar um comentário