Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador:
A Globo tentou transformar São Paulo x Danúbio numa atração
noturna. Apesar do belo gol de Pato, que abriu a goleada por 4 a zero contra o
time uruguaio pela Libertadores, o jogo não emplacou.
O Esporte e o Jornalismo da Globo, sob comando de Ali Kamel, estão cada
vez mais ancorados nas novelas e nos programas de “entretenimento”
(palavra horrorosa). Sem as novelas, o Bonner
é apenas um rapaz vaidoso com mecha branca nos cabelos. Gasta seu tempo
em tramas internas, afastando apresentadores e editores.
Quando a concorrência consegue furar o bloqueio (que leva
MP, Justiça, partidos e parte do aparato de Estado a trabalharem para a
emissora da família Marinho), aí a casa cai.
Kamel e Bonner fazem um jornalismo que (com raras e honrosas exceções, e
apesar da excelência de muitos profissionais que lá estão) serve ao
golpe (agora mesmo, tentam repetir 1954 - clique aqui para saber como a Globo ajudou a levar Getúlio Vargas ao suicídio).
Um jornalismo e um esporte que (apesar do escandaloso BV que
deturpa o mercado, apesar do oligopólio, da força política e da covardia de
muitos no PT para enfrentá-los) não resistem a uma Suzane.
A Globo levou uma goleada da Record no Ibope nesta
quarta-feira. A Record levou ao ar uma entrevista exclusiva com Suzane.
O UOL informa que o Ibope chegou a ficar em 14 (Record) x 7
(Globo).
Kamel gasta seu tempo processando blogueiros, e tem subalternos que já aderem publicamente ao golpe/impeachment (leia aqui que um diretor da Globo quer ir às ruas para derrubar Dilma). Enquanto isso, leva 14 (ou até 16 facadas) no Ibope…
Boa, Kamel, você é um gênio!
*****
Do Uol
Gugu estreou seu programa, que leva apenas seu nome, na
Record na noite desta quarta-feira (25), deixando a emissora em primeiro lugar
em audiência na maior parte das três horas e meia em que ficou no ar.
Logo que começou, às 21h45, o apresentador recebeu Leonardo,
o filho do cantor, Zé Felipe, e o filho do humorista Shaolin, Lucas Veloso, mas
o ponto alto ficou com a entrevista de Suzane Von Richtofen, condenada a 39 anos
de prisão em 2006 após assassinar os pais com a ajuda do então namorado Daniel
Cravinhos, e o cunhado Christian Cravinhos.
Dividida em dois blocos, Gugu sentou frente a frente com
Suzane falou sobre a vida atual dela na cadeia, a relação com o irmão Andreas
von Richthofen, a herança da família que ela abriu mão, as ameaças que sofreu
em outras prisões antes de chegar no presídio feminino de Tremembé. Gugu levou
uma foto dela com sua família tirada em seu aniversário de 18 anos e perguntou
o que ela sentia ao olhar a imagem.
“Saudades, muitas saudades. Se tivesse volta… É uma parte
que faz muita falta. Eles me alertaram, me disseram que eu estava indo por um
caminho errado”, contou.
O ponto alto da conversa foi quando o apresentador
questionou Suzane sobre a noite do crime em 31 de outubro de 2002.
“Esse é um tema que até hoje eu não consigo falar direito,
falei isso para a Justiça, para imprensa nenhuma eu nunca falei. Mas por ser você,
por ser uma pessoa do bem, por eu sentir essa confiança, eu vou contar para
você. É um dia que eu nunca vou esquecer na minha vida, aquela Suzane não
existe mais. Eu estraguei não só a minha vida, como a vida do meu irmão, dos
meus pais, da minha família, se tivesse, eu queria fazer diferente”.
O apresentador ainda começou a explorar a homossexualidade
de Suzane dentro da prisão e chamou a namorada dela, Sandra Regina Ruiz Gomes,
para participar da entrevista, mas deixou o suspense e o assunto para o programa
de amanhã.
Audiência
A Record liderou na audiência o tempo todo da entrevista
variando entre 16 e 14 pontos no ibope, segundo dados preliminares. A Globo,
que era a primeira colocada com a partida da segunda rodada da Taça
Libertadores entre São Paulo e Danúbio com 22 pontos, foi perdendo a audiência
a partir do momento em que Gugu entrou ao vivo.
Com uma hora no ar, o apresentador conseguiu a liderança e
atingiu picos de 17.3, quando a emissora carioca já marcava 15.5. Nos momentos
em que Suzane falou sobre o crime e mostrou sua namorada, a Record registrava
14.5, o dobro da segunda colocada, Globo, com 7.7 no ibope.
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