Donos de uma fortuna de 21 bilhões de dólares, os três
filhos de Roberto Marinho bem que poderiam abrir um jornal. Mesmo não sendo
muito lido – e está sendo cada vez menos –, pelo menos os manteria informados.
Em vez disso, enterraram sua fortuna em um gigantesco e bilionário partido
político ao qual deram o nome pomposo de “Organizações Globo”.
Esse partido midiático, em sua versão impressa e digital,
acaba de produzir uma catilinária – que os irmãos bilionários chamam de
“editorial” – atacando iniciativa de intelectuais como Fabio Konder Comparato,
Marilena Chauí, Cândido Mendes, Celso Amorim, João Pedro Stédile, Leonardo
Boff, Luiz Pinguelli Rosa e Maria da Conceição Tavares, entre outros, em defesa
da Petrobrás e do sistema de partilha nos campos do pré-sal.
O mais curioso é que o “editorial” em tela confunde a
iniciativa dos pensadores com iniciativa “do PT”. O texto lamentável diz que o
manifesto dos intelectuais – e não do PT – “ressuscita discurso da década de
50, quando o petróleo era ‘nosso’, mas continuava debaixo da terra”.
Como assim, “debaixo da terra”? Da “década de 50” para cá o
petróleo não se tornou nosso?! Continua “debaixo da terra”?! Socorro! Alguém
informe os fatos a esses pobres bilionários.
Veja só, leitor: com todo esses bilhões de dólares, e após
61 anos de existência da Petrobrás (fundada em outubro de 1963), a família
Marinho ainda não descobriu que o Petróleo não apenas não está mais “debaixo da
terra”, mas tampouco está “debaixo do mar”, já que, a partir da “década de 50”,
a empresa criada por Getúlio Vargas se projetou no mundo como uma das maiores e
mais rentáveis, detentora de tecnologias revolucionárias como a extração de
petróleo em águas profundas, o que fez a empresa encontrar uma das maiores
reservas de petróleo do planeta, senão a maior, nas águas territoriais
brasileiras.
“Apenas” isso.
O “editorial” de O Globo insulta intelectuais de projeção
mundial ao tratá-los como estafetas “do PT”, apesar de grande parte deles não
ter filiação partidária alguma nem obedecer a decisões do partido. Tudo para
negar que o objetivo dos ataques à Petrobrás é nada mais, nada menos do que
entregar a corporações estrangeiras o produto do esforço brasileiro para
detectar essa riqueza imensurável em nossas águas territoriais.
Mas a cantilena desses partidos políticos travestidos de
veículos de comunicação contra o sucesso estrondoso da Petrobrás não começou
hoje. Lá em 2008/2009, antes de a produção do pré-sal começar a jorrar nas
bacias de Campos e de Santos, os estafetas dos barões midiáticos afiançavam que
o petróleo que um dia disseram que ficaria “debaixo da terra” continuaria
“debaixo do mar” ou brotaria em quantidade irrisória.
pré-sal previsões
Para governo dos irmãos Marinho, porém, em pouco mais de
seis anos (desde 2008) o pré-sal já produz um terço de toda a produção própria
diária da Petrobrás, estimada em cerca de 2,3 milhões de barris/dia. E, em
dezembro do ano passado, a empresa bateu novo recorde de extração de petróleo
de águas profundas, alcançando a marca de nada mais, nada menos do que
SETECENTOS MIL BARRIS POR DIA.
O primeiro recorde foi alcançado no dia 30 de junho do ano
passado, quando este Blog cobriu, na sede da empresa, no Rio de Janeiro, a
cerimônia comemorativa à marca de extração de 500 mil barris dia do pré-sal.
Para que se tenha uma ideia do que isso significa, a Petrobrás só conseguiu
atingir essa marca pela primeira vez nos anos 1990, trinta anos após a fundação
da empresa. Com as tecnologias desenvolvidas, nos campos do pré-sal essa marca
foi atingida em cerca de seis anos.
Claro que os irmãos Marinho preferem escrever um “editorial”
que confunde problemas de corrupção na Petrobrás – que podem ocorrer em
qualquer empresa, inclusive privada – com a empresa em si e seu imenso coletivo
de colaboradores honestos que trabalham duro para que o Brasil usufrua da
riqueza que descobriu em seu litoral.
O “editorial” em questão repisa pontos de investigações que
só estão ocorrendo porque, à diferença do governo do partido político que os
irmãos Marinho comandam (o do PSDB, 1995-2002), os governos do PT não colocaram
paus-mandados na Procuradoria Geral da República e no comando da Polícia
Federal. Até por isso, a Petrobrás cresceu 7 vezes de 2003 para cá.
*
Por conta de abusos como esse “editorial” que propõe a
entrega pura e simples das reservas brasileiras de petróleo às corporações
estrangeiras em um regime de exploração lesivo ao interesse nacional (o
famigerado regime de concessão), nesta terça-feira, 24 de fevereiro, às 18
horas, na sede da Associação Brasileira de Imprensa, no centro do Rio de
Janeiro, CUT e FUP realizam ato em defesa da Petrobras que contará com a
participação do ex-presidente Lula.
Diante do exposto, o Blog da Cidadania convida seus leitores
a assistir nesta página ao ato em defesa da Petrobrás a partir das 18 horas de
hoje, no vídeo abaixo, que só funcionará a partir do início da solenidade.
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