sábado, 7 de março de 2015

Plenária Nacional dos Movimentos Sociais aponta para a unidade

 

Diversos movimentos sociais se reuniram neste sábado (7) em uma expressiva plenária nacional cujo objetivo é sistematizar a luta da esquerda frente a ofensiva da direita que atinge, além do Brasil, a Argentina e a Venezuela, países fundamentais no processo de integração da América Latina. Os movimentos e partidos de esquerda definiram o dia 13 de março como um ponto de partida em defesa da soberania nacional, da Petrobras, da democracia e dos direitos já conquistados pelos trabalhadores. 



Mariana Serafini
Movimentos sociais da esquerda, junto ao PCdoB, PT e Psol, discutem agenda de luta unificadaMovimentos sociais da esquerda, junto ao PCdoB, PT e Psol, discutem agenda de luta unificada
A unidade da esquerda é um consenso entre os movimentos sociais e os três partidos presentes, PCdoB, PT e Psol. Entende-se que apenas com os trabalhadores e os estudantes nas ruas, em defesa de bandeiras comuns, será possível avançar rumo à soberania e à conquista de mais direitos para o povo brasileiro. 

A presidenta da UNE, Virgínia Barros, atentou para o fato de que a crise enfrentada pelo Brasil não pode ser vista como uma questão isolada. O mundo sofre uma depressão econômica sistêmica que mostra a falência do capitalismo. Os governos progressistas da América Latina são golpeados com uma contraofensiva truculenta da direita com objetivo de fortalecer novamente a agenda neoliberal, como aconteceu nos anos 90, com uma onda de privatizações, ajustes e demissões. A UNE defende a democracia, a Petrobras e as mobilizações populares. 
Presidenta da UNE, Virgínia Barros
“A UNE defende a Petrobras e se posiciona contra a ofensiva da direita, que está mais forte do que nunca e atinge outros países também, o povo precisa estar nas ruas para defender os governos progressistas. A esquerda deve ter foco para fortalecer a luta e agir contra o inimigo comum, em defesa de um projeto soberano, popular e democrático”, disse. 

O presidente da Unegro, Edson França, atentou para o fato de que a direita tem usado recursos da esquerda para atingir o projeto progressista de país escolhido pelo povo por meio de eleições diretas, ao ocupar as ruas para defender um golpe. “A direita não aceitou a soberania do voto popular e estão articulando um golpe, essa é uma prática deles, a história nos mostra como eles agiram ao derrubar Getúlio Vargas e João Goulart”. 

A Petrobras é um ponto central para garantir a soberania nacional. A Unegro rechaça a tentativa da direita de desvalorizar a maior empresa de petróleo do mundo para entregá-la, em forma de ações, ao imperialismo. “Os corruptos devem ser punidos, por isso ir às ruas defender a Petrobras é um ato patriótico”. 
Presidente da Unegro, Edson França
O genocídio da juventude negra também foi uma questão levantada pelo líder da Unegro e aclamada pelos dirigentes presentes. “Não podemos admitir que o Estado assassine nossos jovens e a esquerda continue em silêncio”, denunciou. 

O representante do PCdoB, Nivaldo Santana, apresentou o posicionamento do partido, que defende a unidade da esquerda diante da atual conjuntura política e vê a possibilidade de convergência diante de pontos em comum. “A Petrobras é uma luta estratégica pois a privatização pode causar a demissão de 500 mil trabalhadores, defendemos o crescimento econômico, que não pode ser feito com ajuste fiscal porque não são os trabalhadores que devem pagar a conta da crise do capitalismo”, esclareceu. 
Nivaldo Santana representou o PCdoB
O MST defende a definição de uma agenda de lutas capaz de mobilizar todos os setores da esquerda em busca de uma pauta comum. “Devemos enfrentar os setores reacionários e colocar em pauta a reforma política e as outras reformas estruturantes”. 

A CUT, por sua vez, defende que a classe trabalhadora deve agir contra o conservadorismo do Congresso Nacional e da mídia que atingem diretamente os interesses do povo brasileiro. “Vivemos um momento dificílimo, que em outros tempos já causaram golpes”.

A CTB se soma à luta dos movimentos sociais e acredita que apenas com unidade e definição de pautas comuns será possível enfrentar a ofensiva da direita. “A luta começa agora, precisamos responder os golpistas com ações políticas”. 

Enquanto a direita busca denegrir a imagem da Petrobras para enfraquecê-la e entregá-la aos interesses imperialistas, os trabalhadores petroleiros apresentam dados concretos capazes de provar a importância desta empresa para o desenvolvimento nacional. De acordo com a FUP, a Petrobras representa 13% do PIB nacional, investe diariamente mais de R$300 milhões no país. Na indústria naval criou 18 empregos por dia nos últimos anos, chegando à marca de 90 mil novos postos de trabalho. Portanto, entende-se que defender a Petrobras é defender também o povo brasileiro e os interesses progressistas que buscam a soberania. 

A UJS atenta para o fato de que o Congresso Nacional é o mais conservador desde 1964 e isso representa uma ofensiva grave da direita que atinge não apenas os partidos políticos, mas todos os movimentos sociais. “A direita está fazendo uma chamada pública ao golpe, precisamos ir às ruas defender a democracia”, afirmou Flávia Calé. 

Mulheres na luta em defesa da soberania nacional, foi com este tom que a secretária nacional de Mulheres do PCdoB e representante da UBM, Liège Rocha, expressou o posicionamento político feminino diante da ofensiva da direita. “A história nos mostra que a unidade é possível e estamos caminhando para a defesa da democracia, as mulheres são protagonistas desta luta”. 

A luta por soberania passa pela democratização dos meios de comunicação

O dirigente nacional do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, Altamiro Borges, atentou para o papel da imprensa hegemônica neste processo: “A mídia envenenou a sociedade e disseminou o ódio. A ofensiva da direita não é apenas contra os partidos políticos, contra o PT, é contra todos os movimentos sociais, eles não estão apenas com a agenda neoliberal, mas se organizam em questão de comportamento e são extremamente racistas, homofóbicos, estão prontos para atingir todas as minorias”. 

Do Portal Vermelho, 
Mariana Serafini


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