Autor: Fernando Brito
Você abre os grandes sites e, de Petrobras, só lê desgraça.
Não fica sabendo, por exemplo, que as ações da empresa sobem
5%, o que saberia se fosse uma queda de 5%.
Nem que as ações da empresa ultrapassaram, pela primeira vez
desde o início do ano, a marca de R$ 10.
A ultima vez que valeram mais que isso, na Bolsa (valem, de
fato, muito mais) foi no dia 15 de dezembro.
Pode ser que caia um pouco, pois vai ter muita gente que
comprou a R$ 8, no fim de janeiro, vendendo para realizar um lucro nada
desprezível de quase 30% em dois meses.
Tudo porque, na notícia que não se dá com destaque, o Banco
de Desenvolvimento da China (uma espécie de BNDES deles) deu um empréstimo de
US$ 3,5 bilhões à Petrobras, o que resolve quase um terço de seus problemas de
financiamento para investimentos.
E não deu de “bonzinho”, porque chinês não é bonzinho, mas é
bom de aproveitar oportunidades.
Embora os detalhes do negócio não tenham sido divulgados,
ainda, é certo que é grana vinculada a contratos de exportação firme de
petróleo para os chineses, que não dispõe dele em todas as suas necessidades
e não querem ficar exclusivamente presos
à importação do barril de pólvora do
Oriente Médio.
De lá vem metade de suas importações de petróleo. Ou 60%, se
colocarmos a Rússia no saco.
Mas qual é a diferença entre o interesse da China no petróleo
e o mesmo desejo dos EUA?
Simples. Eles querem o petróleo, muito mais que a cadeira
produtiva do petróleo para suas empresas.
Para as petroleiras chinesas entrarem, ainda assim
timidamente, na parcela aberta da exploração de petróleo no Brasil é um custo.
Até nos 20% que duas empresas chinesas dividiram no leilão
de Libra, associadas à Petrobras, tinha um chinês lá, marcando em cima o
consórcio, para o caso de aparecer alguém querendo dar mais que o lance mínimo.
Só sossegou quando abriram o envelope e o recheio do “pastel” era o combinado.
Não estão nem aí para especulação, estão atrás de negócios
estratégicos.
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