POR FERNANDO BRITO
Não está suficientemente
claro para que se entenda completamente a operação, mas a Folha publica
hoje , lá no 5º parágrafo de uma matéria sobre o depoimento de empresários
Paulo Cesar de Barros Morato, da Câmara e Eduardo Freire Bezerra Leite,
conhecido como “Ventola”, no qual confessam ter recebido de Alberto
Youssef valores emprestados ao deputado federal Arthur Lira (PP-AL) e ao pai
dele, o senador Benedito de Lira (PP-AL),
a informação de que o doleiro também quitou empréstimos feitos por eles
a João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho.
Lyra é, ao menos aparentemente, o “comprador” do jatinho em que morreu o
candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos e os dois empresários disseram
terem “emprestado” a ele – vejam que história estranha – R$ 859 mil em espécie,
sem um recibinho que fosse, para a compra do avião, sob a alegação de que o
amigo iria montar uma empresa de táxi aéreo.
A informação tem pelo menos um ano e até agora não se
conseguiu investigar nada?
Pois em setembro do ano passado, a Folha já publicava que “o
avião foi comprado por três empresários de Pernambuco: João Carlos Lyra Pessoa
de Mello Filho, Apolo Santana Vieira e Eduardo Ventola” e que , Paulo César de
Barros Morato, que agora confessa ter recebido pagamentos do doleiro, alegava
desconhecer Youssef e a MO Consultoria, empresa que lhes fazia os pagamentos
por João Carlos Lyra.
O advogado de Youssef, na época, dizia “não se lembrar” se o
doleiro fazia pagamentos a Ventola e Morato a pedido de Lyra.
Agora, os dois confessam que sim.
E a Folha embrulha a informação lá no meio do texto, de tal
forma que não se diz se Lyra pagou, se alguém pagou por Lyra e se este alguém
foi, de novo, Youssef. Ou será que foi a Polícia Federal que não perguntou?
Eta jornalismo investigativo! Eta blindagem!
Pela velocidade da apuração – a policial e a
jornalística – no caso do dinheiro do jatinho a operação bem que poderia se
chamar Lava-a-Hélice
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