Por isso o Moro precisa abatê-lo!
Saiu no DCM:
Ibope: 23% votariam com certeza em Lula em 2018 contra 15%
em Aécio
Do estadão:
(…)
Com o impeachment de Dilma Rousseff cada dia menos iminente,
o foco da disputa política volta a ser 2018. Pesquisa inédita do Ibope mostra
por que o fantasma de um terceiro mandato do ex-presidente continua assombrando
a oposição.
(…)
Entre 17 e 21 de outubro, o Ibope pesquisou o potencial de
voto de alguns dos principais personagens políticos que podem vir a disputar a
sucessão de Dilma daqui a três anos. Quando falta tanto tempo assim para a
eleição, esse tipo de sondagem é mais significativo do que medir a simples
intenção de voto – porque mostra não apenas a presença de cada nome na memória
do eleitor, mas também sua força e limites, além do seu desconhecimento.
Pergunta-se, sobre cada um dos potenciais candidatos, qual
frase mais bem descreve o que o eleitor pensa a respeito daquele nome: se
votaria nele com certeza para a Presidência da República, se poderia votar, se
não votaria de jeito nenhum ou se não o conhece o suficiente para opinar. Há
quem não responda.
Além de Lula, foram testados os nomes de Aécio Neves,
Geraldo Alckmin e José Serra (todos do PSDB), de Marina Silva (Rede) e de Ciro
Gomes (PDT). Um mesmo eleitor pode dizer que votaria com certeza em mais de um
candidato ou que não votaria em nenhum deles. Por isso, as taxas não somam 100%.
As questões entraram na pesquisa mensal do Ibope e foram bancadas pelo
instituto.
Eis as principais conclusões:
1) Os que dizem que não votariam de jeito nenhum em Lula
pularam de 33% em maio de 2014 para 55% agora. É a maior rejeição entre todos
os nomes testados.
(…)
2) Cresceu menos, mas também cresceu a taxa dos que não
votariam de jeito nenhum em Aécio (de 42% para 47% em um ano), em Marina (de
31% para surpreendentes 50% em um ano), e em Serra (de 47% para 54% em dois
anos). Não há comparativo, mas a rejeição a Alckmin e a Ciro é igualmente alta:
52% para ambos.
3) O crescimento generalizado da rejeição mostra que o
desgaste de Lula, embora maior do que o dos demais, não está sendo capitalizado
por ninguém. Ao contrário, uma fatia crescente do eleitorado demonstra desprezo
por todos os políticos, inclusive por aqueles que, como Marina, pretendem
simbolizar renovação. (…)
4) (…) A taxa de eleitores que dizem que votariam com
certeza em Lula ainda é maior do que a de todos os seus rivais: 23% (era 33% em
maio de 2014). Em segundo lugar aparece Aécio com 15%, seguido de perto por
Marina, com 11%. Serra tem 8%, Alckmin tem 7% e Ciro, 4%. A despeito do
desgaste, o petista ainda tem o maior poder de mobilização entre todas as
lideranças avaliadas.
(…)
E no Tijolaço, sobre a sórdida manipulação pigal:
Para implantar a ditadura, faça a democracia parecer uma
imundície
O mais impressionante na pesquisa Ibope que circulou hoje,
embora no noticiário as chamadas se voltem para os 55% que não votariam em Lula
“de jeito nenhum” é que o mesmo conceito, em percentual semelhante, com
diferença insignificante, se aplica a José Serra ( 54%), Geraldo Alckmin (52%), Ciro Gomes (52%), Marina Silva ( 50%) e Aécio Neves (47%).
É obvio que a rejeição a Lula, se é que é esta, é resultado
de uma campanha de insultos, acusações e ataques que já completou até
aniversário, sem falhar um dia sequer. Mas, margem de erro para cá, para lá ou
“ajudinhas”, o fato é que metade da população foi levada a rejeitar todos os
políticos de maior expressão do país.
E não é por razões ideológicas, o que explicaria rejeições
consideradas altas, na faixa do 30-35%, normais em qualquer época.
Duas instituições têm papel importante nesta nesta
generalização da política: a imprensa e o Ministério Público.
Semearam e regaram, diariamente, o “ninguém presta”.
O MP, esmerando-se em fuçar à procurar de irregularidades,
seja das grandes, seja das miudezas, sempre com a preocupação em rebrilhar como
“a esperança da Nação”, ungidos em semideuses porque passaram em um concurso
público e, meritocratas, são melhores que qualquer um.
Sob o aplauso da mídia a que alimentam com a violação dos
seus deveres funcionais de prudência e sigilo, transformaram ladrões delatores
em oráculos da verdade e quem é citado por eles é que tem de provar inocência,
isso quando adianta prová-la.
Não é apenas em grandes casos, rumorosos, nem com a ajuda do
juiz Sérgio Moro e seu siderado desejo de ser o “Mãos Limpas” tupiniquim.
Chegamos ao cúmulo de verem ser movidas ações, até, contra
eleitores que doaram quantias irrisórias ( 15, 30, 50, 100 reais) a candidatos,
algo que só poderia ser saudado como legítimo e cívico e é apontado como crime.
Como escreveu hoje Nilson Lage, no Facebook, é efeito do
“denuncismo, promoção do ódio, jornalismo de calúnia e imprensa de merda” que
está nos levando ao paroxismo:
– Estamos perto do que se vayan todos, que tomou conta da
Argentina depois da queda de (Fernando) De la Rúa e da semana em que o país
teve três presidentes da República e nenhuma moeda.
Essa é a obra dos fanáticos, que se iniciou – sob a
tolerância geral, aliás – há pouco mais
de dois anos, quando se saudou a marcha dos “sem partido, sem bandeira”, de um
padrão Fifa (que logo se mostraria, ironicamente, campeão em corrupção) e de
uma folclórica carnavalização das manifestações políticas.
Hoje, os arreganhos fascistas que assistimos, com grupelhos
provocando e agredindo atos, debates e até velórios, não são, evidente, apenas
fruto disso, mas de interesses de muita gente engravatada e de bons modos.
Mas o método, este sim, é filhote do “pode tudo” que se
começou a entender como legítimo quando se tratava de falar de “os políticos”,
todos num saco só.
Pensando assim, não só eles ficam todos mais parecidos na
mediocridade, pois se desacredita do voto, como ficamos mais perto de uma
ditadura, pois se desacredita da política.
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