REFLEXÃO DA SEMANA Nº 43
Por Dedé Rodrigues
Bom dia meus amigos e minhas amigas ouvintes do Programa
Tabira em Tempo. Na semana que passou o Programa da Rádio Cultura com Júnior
Alves, Show da Tarde, realizou uma
enquete perguntando qual era o principal problema do Brasil, não tenho o
resultado dela nesse momento, mas segundo pesquisa
encomendada pela FIESP, divulgada esta semana que passou, 65% dos brasileiros
têm como sua maior preocupação a corrupção. Claro que isso nada mais é do que a
influência da mídia golpista, tendo a
Rede Globo a frente, que botou
essa opinião equivocada na cabeça de boa parte dos brasileiros. Mesmo tendo a
epidemia da dengue, chikungunya e zica vírus como o problema imediato maior, defendo
a tese de que a principal preocupação do Brasil atual não devia ser a
corrupção, mas a má distribuição de renda geradora da corrupção e de outros
males que padece a sociedade
moderna.
A
pesquisa, que teve a autoria de Pedro Herculano Guimarães Ferreira de Souza,
sob orientação de Marcelo Medeiros, todo dois do Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea) e da Universidade de Brasília (UnB), constata a má distribuição
de renda no Brasil a partir de 1928. Depois
de um intenso estudo eles chegaram a uma das conclusões de que entre 2006 e
2012, o 1% mais rico concentrava mais renda, comparativamente, do que toda a
metade mais pobre da população.
No
mundo, pesquisa recente divulgada pela OXFAM, dá
conta de que 1% das pessoas mais ricas detêm
mais riqueza que as demais 99%. No mesmo estudo, constatou-se que apenas 62
multimilionários têm riqueza equivalente à da metade da população do planeta.
A dialética marxista compreende o mundo como um complexo
de processos e a base material ou seja a
economia, tem uma influência maior nos demais fenômenos. Além disso, os
fenômenos sociais estão relacionados e
não podem ser compreendidos de forma
isolada.
Nesse sentido os fenômenos sociais da corrupção, da saúde,
da epidemia da dengue, a má qualidade da educação, o crescimento da violência,
etc. Não podem ser compreendidos profundamente
desligados um dos outros e, principalmente, desligados da questão da
distribuição de renda no Brasil.
Quando defendo a tese de que a má distribuição de renda é
o principal problema do país, longe de mim, querer menosprezar o problema da
corrupção, nem fechar os olhos para ela atualmente . Mas é bom conhecer a História
do Brasil para saber que a corrupção se desenvolveu juntamente com o
desenvolvimento do capitalismo, sistema excludente, irracional e predatório. Como
a base material determina a base espiritual, a nossa economia com base no
trabalho escravo, no saque do ouro, na exploração do café, do açúcar etc. Alimentou a corrupção desde o período colonial,
passando pelo coronelismo corrupto e produzindo governos patrimonialistas que administraram sempre a
coisa pública como se fosse privada. Essa situação produziu uma elite
conservadora e atrasada que sempre utilizou o poder econômico para decidir as
eleições com a compra de votos e, no geral, impediu ou interrompeu, a ascensão e a permanência de governos mais progressistas, como os
governos de Vargas e o de João Goulart.
Agora a mídia e os
herdeiros desta mesma elite combatem abertamente
os dois governos que mais distribuíram
renda na história deste país. Os dois governos mais transparentes, mais democráticos, que mais combateram a
corrupção, como foi o governo de Lula e está sendo o de Dilma. Desde algum tempo, aliada com a justiça
parcial e a oposição “direitista, tucana e demista” a mídia golpista continua tocando o samba de uma nota só, corrupção, corrupção e
corrupção. Mais recentemente eles fecharam o cerco ao presidente Lula, até com
a produção de calúnias sistemáticas de corrupção.
Segundo Paulo Nogueira, no blog Diário do
Centro do Mundo,
em “Desigualdade é muito
pior que a corrupção, ele escreveu
recentemente:
No Brasil, um país assolado por uma desigualdade abjeta
há séculos, este não parece ser um problema grave. Ora, ora, ora. Quantas vezes
você viu jornais e revistas fazerem uma campanha por uma sociedade mais
igualitária? Nunca. Quantas vezes você vê denúncias de corrupção, todas, aliás,
voltadas contra um lado só, e muitas delas sem nenhuma consistência?
Inúmeras! Isso ocorre por uma conveniência mesquinha das
famílias que controlam a imprensa. Elas são beneficiárias da desigualdade.
Lucram com ela, e copiosamente. A família mais rica do Brasil é a Marinho.
Atacar a desigualdade significa extirpar privilégios dos barões da mídia
e da classe que representam e defendem. Portanto, nem uma palavra. Focar na
corrupção é desviar o foco da real tragédia brasileira”.
Não à toa, os países menos corruptos do mundo, os escandinavos, são também os
mais igualitários.” Em outras palavras, os que mais distribuem renda. Muito obrigado!
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