Em entrevista à revista Brazil com Z, a jornalista Mirian Dutra Schimidt – que trabalhou 35 anos na Globo -, fala sobre o seu relacionamento com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, na época, casado. Sem poupar críticas ao tucano, afirma que ele era manipulador e sorrateiro. Classificando-o como “parte da aristocracia paulistana”, que sempre viveu em um mundo “irreal”, ela revela ainda as ligações promíscuas entre FHC e a mídia.
Decidida a romper com 30 anos de silêncio sobre o romance, Mirian inicia a entrevista com críticas à Globo. Segundo ela, a emissora tentou apagar a sua imagem, porque não interessava tê-la no ar. “Eles me colocaram abaixo de qualquer coisa.... Em Portugal eu fiz muita coisa, trabalhei bastante os três primeiros anos, depois eles me congelaram”, diz, definindo-se como a “última exilada”.
De acordo com ela, o ex-presidente teria feito um acerto com o jornalista Mário Sérgio Conti, ex-editor da Veja, para que ela mentisse sobre quem era o pai de seu filho, que sempre especulou-se ser de Fernando Henrique.
"Quando eu estava grávida de 7 meses do Tomas, a coisa estava para explodir. FHC me obrigou a dar uma entrevista para a Veja, dizendo que o pai do meu filho era um biólogo. (...) Foi Fernando Henrique com Mário Sérgio Conde! Isso foi um acerto feito com o diretor da Veja. Eu estava de férias e absolutamente sobre pressão, com um barrigão. A pressão? Que ia destruir a minha vida e acabar comigo!"
Sobre a paternidade do filho, ela afirma: “Eu tive uma relação de seis anos, fiquei grávida, decidi manter a gravidez, então é meu. Eu sou uma mulher, eu que decido isso! Se eles não querem, eles que se cuidem”.
Miriam relata que conheceu Fernando Henrique quando o tucano era suplente no Senado de Franco Montoro, que depois assumiu o governo de São Paulo em 1983. “Ele era muito... como é que eu vou te falar... da aristocracia de São Paulo... sabe? Irreal", ela descreve.
Ela comenta ainda a evolução na carreira política de Fernando Henrique. "Quando ele começou a passar de um lugar para outro, me assustou”. E completa: “Ele se achava o máximo", diz, lembrando o episódio em que FHC posou para fotografias na cadeira de prefeito de São Paulo, um dia antes da eleições. O vencedor do pleito, Jânio Quadros, depois da posse, foi até o gabinete e “desinfetou” publicamente o assento.
Mirian conta ainda que, quando tentou encerrar o relacionamento com o presidente, ele a perseguia. “Ele não deixava romper... ele me perseguia... quando eu ia sozinha nos lugares, ele ia atrás".
Na entrevista, a jornalista fala sobre o teste de DNA, que o ex-presidente teria mandado fazer e que teria dado negativo. Segunda ela, o próprio tucano teria vazado a notícia, que teria lhe prejudicado. "Ele divulgou! E isso me prejudicou muito. É o estilo dele: fazer tudo sorrateiramente e posar de bom moço", diz, deixando no ar questionamentos ao resultado do teste.
A jornalista afirma, que o “exílio” imposto a ela foi “muito pesado”. “Eu passei muita dificuldade, muita solidão, focada nos meus filhos, e tentando muito sempre trabalhar e pedindo pra Globo, pelo amor de Deus pra fazer alguma coisa, e eu era sempre cortada, sempre cortada", conta.
Mirian diz que decidiu falar sobre o assunto apenas depois de ter saído da Globo. Sem esconder a mágoa em relação à emissora da família Marinho e ao ex-amante, comenta como sua carreira foi afetada: "Meu trabalho sempre foi tão importante pra mim, isso me dói. Ter lutado tanto e de repente, por um homem completamente manipulador e por ter trabalhado em um grupo de comunicação tão... eu queria usar um verbo, mas não me permito usar esse verbo... eu fui prejudicada".
Clique aqui para ler a íntegra da entrevista.
Do Portal Vermelho
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