REFLEXÃO
DA SEMANA Nº 62
Por
Dedé Rodrigues
Bom
dia meus amigos e minhas amigas ouvintes do Programa Tabira em Tempo.
Nesta semana que passou o tabirense Genildo Santana, Bacharel em
Teologia, lançou o seu sexto livro intitulado “A Igreja que vale a pena”
aqui em Tabira. Considero Genildo, além de um ótimo Professor de Filosofia e
adepto da Teologia da Libertação da igreja Católica, uma das melhores
“cabeças pensantes” que temos na atualidade no Pajeú. Ele aborda, POLEMIZANDO,
os conceitos de Templo, Igreja, fé, crença e, enfim, como devem agir
os Cristãos para recriarem o que ele chama de A Igreja que vale a
pena.
Em
seu livro, p. 9, ele afirma: “Igreja não é o mesmo que Templo,
embora o templo tenha ganho o nome de Igreja. Igreja é o povo que está no
Templo. Aqui se percebe nessa assertiva dele que os prédios suntuosos não podem
ser considerados melhores do que a figura viva do Cristão. Até porque
na época de Cristo não existiam esses prédios.
Para
reforçar esse conceito de Igreja\povo ele cita, p. 12, o Bispo Dom Oscar Romero
que passou muito tempo na Igreja, ocupou muitos cargos, mas afirmou no seu
diário que só se tornou Cristão de fato aos 60 anos de idade quando
viu Deus no pobre. E aprofundando essa afirmação ele completa, p. 13:
“Assim como nas escolas temos muitos MATRICULADOS e bem poucos ESTUDANTES, nas
Igrejas há muitos CATÓLICOS e poucos CRISTÃOS”.
No
livro de Genildo ele toca na posição de conforto da maior parte dos nossos
católicos e defende que a Igreja não pode prescindir da sua dimensão PROFÉTICA
, que se baseia em dois movimentos inseparáveis, ANUNCIAR e DENUNCIAR.
Para ele é o gesto que trás em si alguma coisa de RADICAL e de
NOVO. Esse gesto do PROFETA impressiona e escandaliza os “bons costumes e a fé”
de cada época, principalmente quando o Cristão se posiciona do lado dos
oprimidos e contra todo tipo de injustiça e comodismo das pessoas e cristãs ou
não. Essa dimensão política do Cristão é exemplificada por ele citando os
sacerdotes, que desobedecendo a Igreja, apoiaram a Revolução
Sandinista na Nicarágua contra o Governo da elite opressora da época.
No
livro de Genildo pode-se observar também o que o meu pai João Elias dizia
“que o Reino de Deus precisa ser construído a partir da terra”. Nessa ótica,
que é política com P maiúsculo como falava também o nosso querido Padre Assis.
Nessa ótica, P. 30 e 31, afirma Genildo: “o cristão que vai à missa, explora um
funcionário sem peso de consciência e apoia uma política desumana e cruel faz
parte de uma Igreja que não vale a pena”.
Para
Genildo a IGREJA PROFÉTICA é a IGREJA dos Mártires, não compactua com
exploradores, ditadores, corruptos, políticos inescrupulosos, pois esses fazem
parte de um anti-reino não cristão. Por isso os DESTINATÁRIOS DO REINO DE DEUS
são os pobres o sujeito principal e construtor desse REINO.
Ora!
Se mataram Jesus por não ter compactuado com o sistema de opressão do Império
Romano, por que os padres estão calados diante das injustiças sociais e
exclusão no sistema capitalista de hoje? Questiona, com outras palavras,
Genildo Santana. E acrescento extraindo do seu livro, p. 63 a
seguinte afirmativa dele: “Fora da Igreja pode até ter salvação, Só Deus o sabe
por que só Deus pode salvar. Mas fora do compromisso com os pobres. Não há
salvação. Nem para a Igreja.”
Por
fim meus amigos e amigas o livro do nosso Teólogo Genildo Santana me
autoriza a fazer os seguintes questionamentos: Como pode um Cristão calar diante do
capitalismo neoliberal, esse modelo de sociedade no qual só 1% detém mais
riqueza do que 99%, causando a exclusão e a pobreza? Como pode um Cristão calar
diante da crise estrutural desse regime que já causou mais de 100 milhões de desempregados no
mundo, só de 2008 para cá, 11 milhões destes, associados a crise interna, no Brasil? Como pode o Cristão calar diante das guerras que causam mortes e imigrações em massa no
mundo atual? Como pode o Cristão calar diante da destruição do meio ambiente e
do perigo de guerra nuclear? Como pode o Cristão calar diante da homofobia, preconceito, racismo, machismo e estupro de mulheres? Como pode o Cristão calar diante de um golpe de
Estado no Brasil que tem o objetivo de acabar com a lava jato, salvar os
corruptos que estão no poder e retirar os direitos sociais? Como pode o Cristão calar
diante da mídia golpista que deseduca, aliena as pessoas e destrói os valores
humanos e da família? Como pode o Cristão calar diante do juiz Sergio Moro que só
prende petista? Como pode o Cristão calar diante de um
Supremo Tribunal Federal acovardado e parte dele suspeito de apoiar o
golpe de Estado no Brasil? Daí porque Tote Marques tem razão quando escreveu duas frases e mostrou no final do lançamento do livro: “não vai ter golpe! fora Temer! Só a falta de compromisso do cristão com o REINO de
DEUS, como diria Genildo Santana, ou a falta de compromisso com a
verdade, ou ainda, a falta de conhecimento e a covardia pode permitir
esse silêncio comprometedor.
Viva
Genildo e a Igreja que vale a pena!
Viva
os Mártires da Igreja Católica!
Viva os heróis do povo!
Viva
à democracia no Brasil!
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