quarta-feira, 27 de julho de 2016

Escola sem reflexão

Sintepe


De uns dias para cá, uma parcela da sociedade tem lutado contra a liberdade de se ensinar. Isso mesmo: contra a liberdade de se ensinar. Essa é a definição do projeto Escola sem Partido, que prevê a afixação de cartazes em salas de aulas proibindo professores de discutir temas importantes e ainda inserindo o clima de caça às bruxas sob as atividades da docência.

Além da falta de liberdade, o Projeto busca também minar a força da organização estudantil que tem contribuído fortemente na luta por melhorias nas escolas e pela valorização dos trabalhadores em Educação. Sim, o Projeto proíbe que alunos sejam incentivados a participar de manifestações ou atos públicos.
Para quem esqueceu, estudantes de alguns estados brasileiros promoveram no ano passado ocupações em suas escolas e reivindicaram melhores condições de infraestrutura, merenda, valorização do professor e se posicionaram contra o fechamento de turmas, turnos e escolas. Os estudantes estavam na busca por uma educação pública de qualidade.
O texto afirma que o professor não deve se aproveitar da audiência cativa dos alunos, para promover seus interesses, opiniões, concepções ou preferências ideológicas, religiosas, morais, políticas e partidárias. Sem nenhum argumento e sem existir qualquer ato que justifique esse “projeto”, a Escola sem Partido retira dos docentes sua autonomia em sala de aula e censura temas durante a era da informação.
Parece piada, mas a proposição é uma realidade e está sob consulta popular no site do Senado Federal. Em uma sociedade que diz valorizar o diálogo, a construção e o respeito, o projeto se apresenta como uma forma de tentar inibir qualquer discussão sobre todo e qualquer assunto e programar os alunos para que esses não tenham acesso a uma educação que os façam questionarem, refletirem, ou sequer conhecerem ideias novas. Parece censura? Não. É censura!

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