REFLEXÃO DA SEMANA N. 72
Por Dedé Rodrigues
Bom dia meus amigos e minhas
amigas ouvintes do Programa Tabira em Tempo. Primeiro do que tudo “fora Temer”.
O Editorial do Portal Vermelho, no qual a esquerda fica bem informada, publicou uma matéria esta semana falando sobre o processo contra Dilma dizendo o
seguinte:
Começou
nesta quinta-feira (25), no Senado, o julgamento do processo de impeachment
contra a presidenta constitucional e sem crime de responsabilidade, Dilma
Rousseff. Os patrocinadores do golpe judicial, político e midiático estão
apressados e querem concluí-lo no próximo dia 31.
O julgamento de Dilma Rousseff esconde o objetivo verdadeiro do golpe posto em
marcha pelos conservadores e a direita: colocar um ponto final no projeto
democrático, nacional e desenvolvimentista inaugurado com a posse de Luiz
Inácio Lula da Silva na Presidência da República em 2003, mantido depois de
2010 por Dilma Rousseff.
O alvo do golpe é destruir a democracia, os direitos do povo e a soberania do
Brasil. Há um indisfarçável desejo de desfigurar a Constituição de 1988 e
eliminar direitos sociais, políticos e econômicos nela consagrados. E voltar à
situação anterior a 1985, que prevaleceu durante a ditadura militar, para que o
governo vigente e os vindouros submetam-se apenas aos interesses dos muito
ricos da população e reservem os recursos públicos para o pagamento de juros
para os especuladores e o grande capital rentista.
Ao mesmo tempo o governo ilegítimo de Michel Temer põe em marcha a submissão ao
capital estrangeiro e ao imperialismo, ilustrada na intenção de destruir o
Mercosul e os Brics e submeter a diplomacia brasileira aos interesses das
grandes potências, sobretudo dos EUA. A entrega das riquezas nacionais –
sobretudo o pré-sal e a Petrobras – para petroleiras estrangeiras é outro
objetivo dos golpistas.
É um novo capítulo da luta que sempre ocorreu no Brasil, desde a Independência
mas sobretudo na República, entre os liberais (hoje chamados neoliberais),
defensores da ampla liberdade para a ação do capital para favorecer os ricos,
contra aqueles que, como José Bonifácio, Floriano Peixoto, Getúlio Vargas,
Juscelino Kubitschek, João Goulart, Lula e Dilma, lutaram pelo uso da força do
Estado e do governo para legislar sobre a ação do capital, desenvolver o
Brasil, melhorar a vida do povo e defender a soberania nacional. Neste sentido,
o julgamento do impeachment de Dilma Rousseff hoje iniciado no Senado é também
o mais recente capítulo desse embate em defesa da nação soberana, do
desenvolvimento e do bem-estar dos brasileiros.
A novidade histórica deste julgamento é a coragem e o denodo da presidenta
Dilma Rousseff, que não se dobra a nenhuma pressão e luta com determinação
contra a violência do golpe que visa a amputar seu mandato para o qual foi
eleita por 54 milhões de votos populares.
A presidenta tem coragem semelhante à de Getúlio Vargas que há 62 anos
sacrificou a própria vida para denunciar os mesmos golpistas de hoje. Dilma vai
além e, sendo afirmativa e lutadora, se coloca à frente da resistência
democrática e popular contra a direita, os conservadores, contra a ação mentirosa
e fraudulenta a que dão o nome de impeachment que tentam em vão disfarçar de
legalidade.
Não é a primeira vez que Dilma se sacrifica na defesa da nação, da democracia e
dos interesses populares. Ela era jovem quando enfrentou, faz quase 40 anos, a
ditadura militar e seus torturadores. Agora enfrenta outra vez as forças
conservadoras e direitistas apegadas a um suposto combate à corrupção. As
forças retrógradas são as mesmas, o combate é o mesmo, a combatente é a mesma –
a luta pelo desenvolvimento e pela democracia e soberania nacional, cuja defesa
se cristaliza, quatro décadas mais tarde, numa mesma pessoa – a hoje presidenta
constitucional Dilma Rousseff. Por isto concluo dizendo: só o povo nas ruas pode reverter este crime contra Dilma, contra o próprio povo e contra a nossa nação.
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