II – PARTE
Por Dedé Rodrigues
No dia 10 de novembro de 2016, no Hotel Canariu’s Gravatá PE,
teve sequência o 10º Congresso dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco com o
tema: Democracia, direitos sociais e a
valorização do professor. A tarefa de falar
sobre o assunto ficou com o Dr. Gaudêncio Frigoto, professor da UFRJ e
pesquisador do CNPQ. Nessa matéria pretendo publicar o que consegui captar das
ideias centrais da intervenção dele, especialmente no tocante a conjuntura e a
questão da educação. Leia mais abaixo e
veja fotos exclusivas do nosso blog.
O professor Gaudêncio discorreu sobre a conjuntura falando que
vivemos em um contexto, no qual o
capital financeiro abocanha grande parte dos nossos recursos, sobrando só 53% para todos os gastos do
governo. Disse que com a aprovação da PEC 55, serão congelados por 20 anos esses
poucos recursos. Citou, extraído do livro Geografia da Fome, que no mundo morre uma criança de inanição a
cada cinco segundos.
Lembrou que os golpes, no geral, são sempre contra os
trabalhadores, citou 1964 e, agora em 2016. Os motivos alegados pela classe
dominante são sempre de cunho moral: a filha bastarda de Lula, na disputa
contra Collor, a corrupção usada contra o PT etc. Mas ele ainda lembrou que o
ódio contra o PT, é histórico, está no DNA da elite brasileira. Em outras palavras,
é o ódio de classe.
Dr. Frigoto fez críticas profundas ao projeto que pretende
reformar o ensino médio no Brasil. Disse
que esse projeto da escola sem partido foi idealizado desde 2004 e, esses
grupos que “tomaram o poder político de volta” , foram, aos poucos, tomando o
aparelho do Estado, o parlamento, o judiciário etc. A gente nem se deu conta. Disse ainda que precisamos de uma educação
laica e, não dessa “escola sem partido”.
Na conclusão da sua fala ele disse, lembrando Gramsci, que a esquerda precisa de um norte comum, a unidade
de classe, organizar, organizar, organizar e sair de casa para a luta. E concluiu:
“a direita no seu pluralismo tem uma unidade substancial profunda e inabalável”.
“Precisamos ser generosos, como dizia Che Guevara, e parar de agredir os próprios
colegas os chamando de pelegos”.
Na próxima matéria um resumo desse mesmo dia a tarde.
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