Por Dedé Rodrigues
III PARTE
No segundo dia do 10º Congresso do SINTEPE os debates que ocorreram mostraram o
esforço que as diversas correntes
políticas do movimento sindical estão fazendo para concretizar a
unidade. No entanto, no aspecto da conjuntura internacional, bem como na
confecção de alianças ou da formação de
uma frente ampla no Brasil, pequenas
correntes ideológicas tem ainda uma visão muito estreita quando consideram que
a vitória do Republicano Trump, nos Estados Unidos e os governos Lula e Dilma do PT no Brasil
não se diferenciam da democrata Hilary Clinton, e do PSDB neoliberal no Brasil.
Essa visão sectária quando se trata na formação da frente ampla,
recusando até a participação de Ciro Gomes e Roberto Requião, encontra ainda
ressonância numa minoria da classe trabalhadora, embora admitam pelo menos a
unidade na luta. Nessa discussão da
formação da frente uma dirigente da CUT levantou duas questões que considero
relevante: “a formação da frente ampla, necessariamente não tem que ser uma
frente eleitoral e depende da correlação de forças”. Em outras palavras usar a emoção no lugar da razão e reduzir alianças de forma sectária, com a ideia de juntar só a chamada esquerda revolucionária, não leva os trabalhadores a lugar algum.
Porém, foi apontado como equívocos das forças de esquerda na
Europa, as limitações dos governos sociais democratas
que não romperam com o neoliberalismo, bem como o republicanismo do PT no
Brasil, o afastamento ou falta de discussão política nas bases, as medidas
neoliberais de contenção de gastos da Dilma, nos afastou de parcelas
importantes dos trabalhadores.
Entre as causas da derrota das esquerdas no Brasil foi
apontado também a ofensiva da direita e da mídia com a demonização da política,
mas segundo William Meneses, vice-presidente do SINTEPE, “ a antipolítica é uma
forma perversa de fazer política” e, nisso a burguesia brasileira é
especialista, concluo.
Na conclusão dessa parte dos debates foi sugerido a todos os
professores que repassem os debates nos municípios, melhorem a compreensão e as
intervenções sobre a temática do golpe, da PEC 55, da reforma do Ensino Médio,
o projeto da Escola sem Partido, entre outros projetos danosos. Por fim a
dirigente do SINTEPE Valéria chama a atenção para o fortalecimento da frente
ampla, não se pode, disse ela “recusar voto e apoio de ninguém”.
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