2016 – ano do golpe contra o povo, o Brasil e a democracia
O ano chega ao fim e 2016, com certeza, vai ficar na história como o ano da traição. Contra o Brasil, o povo e a democracia. E que começou muito antes, desde a divulgação do resultado da eleição de 2014, quando os perdedores iniciaram a conspiração e a preparação do golpe parlamentar, judicial e midiático concretizado em 2016.
A conspiração golpista que levou o ilegítimo e sem votos Michel Temer à Presidência da República, sabotou o governo de Dilma Rousseff, paralisou o Congresso Nacional, impediu a tomada de medidas fundamentais para a continuidade do desenvolvimento e está na raiz da grave crise que esfarela a economia e levou, em 2016, ao catastrófico número que supera os 12 milhões de desempregados, com previsão de crescer ainda mais em 2017.
Esta talvez seja a principal imagem do golpe concretizado em 2016, cujo custo cai totalmente sobre os ombros dos trabalhadores.
O objetivo dos golpistas ficou claro com as medidas anunciadas desde a tomada do governo por Michel Temer, ainda em 12 de maio de 2016. Uma delas era sabotar a Operação Lava Jato para proteger os políticos que promoveram e dirigiram o golpe.
Outro objetivo é cortar os investimentos do governo, eliminar a obrigação constitucional de investir em saúde e educação, realizar a mudança reacionária no ensino médio, privatizar empresas estatais fundamentais para o desenvolvimento do país, entregar o pré-sal e submeter a Petrobras aos interesses do imperialismo.
Este programa da direita que assumiu o controle do governo é voltado para paralisar o desenvolvimento nacional e garantir o pagamento de juros gigantescos ao capital financeiro rentista e especulativo.
Tornar o governo refém deste capital rentista e especulador – esta é a política que os golpistas puseram em curso desde os primeiros momentos da tomada do poder.
A tomada de assalto ao governo começou a se concretizar em 17 de abril quando a nação assistiu, estarrecida, à sessão da Câmara dos Deputados que deu início ao processo de impeachment da presidenta eleita Dilma Rousseff.
A traição estava ali desenhada com cores fortes que, já naquele momento, fizeram balançar muitos setores da população que haviam apoiado o golpe mas perceberam então o engodo em curso.
Em 12 de maio a presidenta legítima foi afastada do governo e o rejeitado Michel Temer ocupou seu lugar, iniciando uma situação de interinidade até o afastamento definitivo de Dilma, em 31 de agosto, e a concretização do golpe.
O rosto medonho do golpe já estava em curso desde 12 de maio, com a sem cerimônia com que o governo golpista mudou não só a composição do ministério mas, principalmente, a inversão radical e conservadora da orientação econômica que passou a comandar o governo federal e impôs a volta da velha e predatória política de favorecimento apenas aos muito ricos.
O desemprego alarmante não foi o único resultado – milhares de empresas foram inviabilizadas e quebraram. Estados e municípios faliram (o exemplo mais veemente é o do Rio de Janeiro) e a revolta popular se aprofundou.
Se 2016 foi o ano da derrota e traição ao Brasil e aos brasileiros, foi também o ano da enorme rejeição contra o ilegítimo Temer e os golpistas, traduzida na quase unânime condenação que as pesquisas de opinião registram.
E na resistência pertinaz e crescente contra os golpistas, que marcou 2016. E se generalizou como contraponto popular e democrático aos que, tendo tomado o poder, não puderam proclamar sua vitória mas, ao contrário, enfrentam a luta de estudantes (e as ocupações das escolas), trabalhadores, sindicalistas, intelectuais, de todos os que defendem a democracia e o progresso social.
E que não esmoreceram nem se renderam, e apontam para 2017 um crescimento ainda maior da luta para recolocar o Brasil no rumo do desenvolvimento, geração do emprego, distribuição de renda, defesa da soberania nacional. Se o ano que finda foi marcado pela derrota, o ano que se inicia será o da intensificação da luta e da conquista da vitória do povo e da democracia.
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