sábado, 10 de junho de 2017

É PRECISO CONHECER O SEMIÁRIDO PARA TRANSFORMÁ-LO


Por Dedé Rodrigues

II PARTE

Na  quinta-feira, 08 de junho de 2017, eu, e o Secretário de Agricultara Beto Santos participamos do Seminário de Tecnologia e Empreendedorismo para o Semiárido Pernambucano,   oferecido pelo  SEBRAE,   no ITEP de Serra Talhada para “Conhecer e divulgar tecnologias para o Semiárido de Pernambuco e fortalecer a capacidade empreendedora desse região. O evento teve como palestrante inicial, neste segundo dia,  Antonio Vaz do ITEP que falou orgulhoso da experiência que adquiriu no tempo que passou na China dizendo que “carrega um pedaço da China no seu coração”. Conforme ele “inovar é gerar alguma coisa nova de forma integrada, pois a pessoa precisa fazer melhor aquilo que faz”.  Na sua intervenção ele defendeu a questão da sustentabilidade e  disse que o ITEP é procurado pelo comprador  estrangeiro para saber a qualidade do produto que é exportado no tocante a agrotóxico. Quanto menos veneno, mais possibilidade de venda.

Para a representante da SUDENE e Coordenadora do Meio Ambiente, Helena Castro em sua palestra com o tema “Desafios e oportunidades para o Semiárido”, apesar dos cortes profundos do Governo Federal, para ela “o problema maior para o desenvolvimento inclusivo e sustentável do Semiárido não é a ausência de recursos, mas a falta de projetos, essa é minha frustração,  diz ela.
Por último, o Dr. Lucio, Promotor de Justiça e criador de cabra, forte conhecedor da nossa realidade e entusiasta de um desenvolvimento autônomo  em nossa região, abrilhantou o seminário  com uma importante palestra sobre os benefícios do leite de cabra. Para ele “é preciso a gente criar uma alternativa de convivência social em nossa região e defende a criação de cabras como uma saída importante”. Ele disse que o preconceito com o cheiro da carne de bode está diminuindo no Pajeú. Apesar do cheiro do bode atrair as cabras, ele não deve ficar na carne e, para isso,  exige-se um manejo para retirá-lo. Dr. Lucio encanta a todos falando como é surpreendente os benefícios do leite de cabra. Segundo ele “há muita ignorância ainda sobre isso, inclusive de médicos que trabalham na “medicina comprada.”  Esse leite é rico em flúor, evitando cáries em crianças, é rico em cálcio. Conforme pesquisas o leite de cabra é bom para o coração, previne doenças degenerativas é cicatrizante e cura gastrite e até úrcera.  Seve para as mulheres, retarda a velhice da pele, combate o câncer de mana, tem função antioxidante, combate os radicais livres. O leite de cabra neutraliza as gorduras ingeridas no organismo. Até quem tem diabetes pode ingerir o leite de cabras, nas suas devidas proporções, pois ele tem baixo teor de gordura.  “O leite de cabra é como se fosse o ouro branco para o desenvolvimento da nossa região”, disse ele.  

 LEIA  UM PANFLETO COM OS BENEFÍCIOS DO LEITE DE CABRA: 
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Dr.  Lucio concluiu a sua intervenção dizendo: “estamos propondo um modelo mais inclusivo, mais agregador e mais sustentável com a caprinovinocultura”. Segundo ele a isso se pode chamar de “transparência alimentar”, as pessoas devem saber dos benefícios e dos malefícios dos alimentos. Ele defende um modelo que a gente produza aqui e consuma aqui, pois a multinacionais podem trazer algum desenvolvimento,  mas transferem as nossas riquezas para os países de origem. 

Cabe aqui na conclusão dessas duas partes do Seminário algumas ideias que me parecem pertinentes aos  debates tão importantes e de tão alto nível.  Se é verdade que o conhecimento com a contratação de mestres e doutores está sendo compartilhado nessa região, penso que os nossos mestres e doutores precisam ir além dos muros das universidades por intermédio da multiplicação de seminários como esse oferecido pelo Sebrae. Penso também que as políticas públicas precisam se tornar mais eficientes, seja pelo aporte de mais recursos, seja com a redução da burocratização de acesso a ele.  Não acredito que podemos dar esse salto tão sonhado pelos palestrantes com as políticas do governo atual de fortalecimento do mercado financeiro e a redução do papel do Estado como indutor do nosso desenvolvimento. Porém comungo da opinião de que o nosso atraso cultural é fator de entrave ao nosso desenvolvimento e a falta de elaboração de projetos, que dificulta o acesso ao crédito por nós, é consequência também disso.  Há que se despertar no nordestino e, particularmente no sertanejo,  a vontade de usar novas tecnologias e crescer. Mas é preciso aumentar e muito o nosso acesso ao crédito  bancário, com juros mais accessível,  desburocratizando os financiamentos  de  projetos.  Penso que o Sebrae vai jogar um papel muito importante para quebrar a resistência dos sertanejos ao conhecimento e as novas tecnologias. E concluo:  o Estado tem que ter um papel primordial para o desenvolvimentos de projetos no Semiárido  fomentando as benesses produzidas pelas leis do mercado.  
         
Mesmo com todas as adversidades e dificuldades, eu acredito que  com o  conhecimento da nossa realidade concreta, com a criatividade, com ciência e tecnologia e uma política de Estado nós transformaremos o Semiárido brasileiro e o Sertão num paraíso aqui na terra. 

Foto de funcionários da Secretaria de Agricultura de Serra Talhada no ato de doação de plantas para a Secretaria de Juventude e Meio Ambiente de Tabira. 






















































   

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