Por Dedé Rodrigues
I PARTE
Eu tive a felicidade e a oportunidade de participar do
Seminário de Tecnologia e Empreendedorismo para o Semiárido Pernambucano oferecido pelo SEBRAE nos dias 07 e 08 de junho de 2017 no
ITEP de Serra Talhada que teve como objetivo “Conhecer e divulgar tecnologias
para o Semiárido de Pernambuco para fortalecer a capacidade empreendedora desse
região”. Na ocasião, eu pela Secretaria
de Juventude e Meio Ambiente e o Secretário de Agricultura de Tabira, Beto Santos,
com apoio de Prefeito Sebastião Dias, assistimos a 08 intervenções de especialistas que
mergulharam fundo em nossa realidade mostrando as nossas limitações, capacidades
e potencialidades desconhecidas para a grande maioria dos sertanejos. A conclusão
que cheguei é a de que com o conhecimento
da realidade, com a criatividade, com ciência e tecnologia e uma política de
Estado nós transformaremos o Semiárido brasileiro e o Sertão num paraíso aqui na
terra. Veja abaixo as fotos do encontro e leia um pequeno resumo das intervenções da
quinta-feira.
Luciano Duque, Prefeito
de Serra Talhada, disse que “vivemos a agricultura de 500 anos” dando ênfase ao
nosso atraso tecnológico, embora temos algumas experiências no campo que evoluíram bastante, quando comparada a
agricultura dos índios e dos primeiros colonizadores, a exemplo de Petrolina, mas isso é muito pouco, comparado ao que falta
e ao que podemos realizar, conforme mostraram os palestrantes.
O Gerente do SEBRAE , Alexandre Alves é bastante otimista em
ralação as nossas potencialidades, segundo ele: “é possível criar um mundo de
oportunidaes envolvendo, produtores, empresários e prefeituras”. “É possível o
Semiárido ser vanguarda em desenvolvimento”. A palavra chave é INTEGRAÇÃO.
O Gerente do IPA Gerado Eugênio deu ênfase ao trabalho que
já vem sendo feito por esse instituto em
“pesquisa, difusão inovação de tecnologias para o Semiárido com diversas
culturas”. Ele deu um destaque especial para a economia local da cultura da
cebola que tem dado mais resultado do que a cana de açúcar. Segundo ele “os
americanos têm satélite nos espionando para orientar os produtores de lá”. Em outras
palavras é preciso explorar as nossas potencialidades produtivas para não ficar
sempre atrás dos outros.
O Secretário de Micro e Pequenas Empresas, Trabalho e Qualificação
do Estado de Pernambuco”, Alexandre Morais abriu as falações da tarde na quarta-feira.
“ A falta de tecnologia produz exclusão e
desigualdade. Para ele o governo do Estado
está enfrentando essa realidade, pois pretende ampliar as redes digitais de
comunicação colocando uma rede de alta velocidade para Serra Talhada. A ideia é
ampliar o desenvolvimento da inovação inclusiva com o aumento da
produtividade. Em resumo “se antes era 10 anos para um produto novo derrubar o
outro, hoje entra de repente no mercado e derruba o concorrente”. “hoje galinhas são criadas em viveiros na Europa,
isso é uma ameaça aos concorrentes.” Existem milhões de pessoas maquinando em frente
a um computador, criando um jeito de
derrubar o que você faz, trazendo sempre uma novidade”. A lei é “ou você inova
ou você morre”.
Para o último
palestrante da quinta-feira, Gherman Garcia, pesquisador da EMBRAPA, “não temos ainda uma política de Estado para
apoiar a agricultura no Brasil”. Segundo ele “ Os cinco maiores problemas da
humanidade são: energia, água, alimento, ambiente e pobreza”. “2
bilhões de pessoas vivem em terras semiáridas, com poucas chuvas”. No planeta quanto mais gente, mais precisa de
alimento e mais se usa a água. Para agravar essa situação entre nós temos mais
de 60% do Bioma Caatinga sofrendo o risco de desertificação. Para ele o problema
do aquecimento global é uma realidade, pois com o aumento de 2 a 4 graus
podemos ter uma redução de 15% no volume de chuvas. Segundo Gherman o nosso grande
aliado no enfrentamento dessas adversidades é a ciência e a tecnologia. E cita
como avanços a interiorização das universidades e dos cursos de pós-graduação. Segundo ele “mais de 6 mil mestres e doutores
foram contratados para partilhar conhecimentos”. Mas resta perguntar na conclusão desse
primeira parte: até que ponto esse conhecimento está sendo compartilhado? É
possível esses especialistas saírem dos muros das faculdades para compartilhar o
conhecimento com o povo? Até que ponto as políticas públicas tem sido
eficientes? Como cobrar efetivamente que o Estado seja indutor do nosso
desenvolvimento? Como despertar no
sertanejo a vontade de crescer por intermédio da produção e da inovação? A política ultraneoliberal do Governo Temer fomenta ou entrava ao nosso desenvolvimento?
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