REFLEXÃO DA SEMANA N. 97
Por Dedé Rodrigues
ÚLTIMA PARTE
A conclusão da reflexão que iniciei na outra
matéria abordando algumas lutas e o voto consciente dos trabalhadores rurais no
país que arrancaram das nossas elites algumas conquistas, bem como o difícil,
mas necessário trabalho de todas as instituições sociais na formação de outro
ser humano e de outra sociedade com justiça social, destaco aqui no final da matéria a nossa longa caminhada rumo a uma democracia
popular, algo ainda distante no Brasil, principalmente com esse governo
golpista, mas um desafio permanente para gestores públicos nos três níveis de
poder e um grande desafio para o movimento popular organizado. Leia
mais abaixo e veja mais fotos da reunião da Comissão do programa Seguro Safra em Tabira
Para
argumentar em cima da questão da democracia popular destaco a terceira e última
reunião do Conselho de Desenvolvimento Rural de Tabira, na qual foi criada uma comissão, por iniciativa de Daniel
do IPA para administrar o seguro safra
no município, na sexta-feira, 07 de julho de 2017. A Comissão tem como integrantes o próprio IPA, o Sindicato Rural, o Conselho e a Prefeitura
local e tem como objetivo tornar mais probo e transparente o alistamento dos
agricultores que se enquadram nos critérios do seguro safra. Aqui percebe-se um
avanço democrático, pois antes só o IPA concentrava essa tarefa. A Comissão já
discutiu diversos problemas relacionados com o programa e decidiu reunir-se
toda sexta-feira para ajustar o programa aos critérios propostos.
De toda essa
discussão democrática nas reuniões, destaco a questão da proposta da participação do Conselho de Desenvolvimento
Rural no Orçamento Municipal de Tabira de 2018, apresentando alguma proposta
para zona rural. Nada contra, até porque a democratização do orçamento faz
parte da democratização da sociedade. Essa é uma luta antiga das forças
progressista de Tabira, com destaque para a tentativa do PC do B de implantar, com aliados em vários governos anteriores desde
o início dos anos 90, mas infelizmente as nossas forças políticas partidárias, a exceção daqueles partidos mais à esquerda, não amadureceram o suficiente para colocar
em prática uma proposta que até agora tem estado mais na teoria, apesar dos
avanços do atual governo no campo, que não abordarei nessa matéria.
Na conclusão
desse tema sobre o orçamento participativo cabe também destacar as críticas na
reunião as reformas do governo do ilegítimo Temer: teto dos gastos, reforma educacional,
terceirização, reforma trabalhista, reforma política e reforma da previdência, que estão levando o país rumo ao século XIX. O Orçamento da união no
período do PT e aliados, houve um certo avanço com a participação da
sociedade, mas agora depois do golpe o
povo está literalmente excluído das discussões
e do montante dos recursos pela perda
dos seus direitos com essas reformas e, para piorar, além da entrega das nossas riquezas para o exterior,
esse governo ilegítimo dar de mão beijada do nosso orçamento anual, quase 45%
para os agiotas em pagamento dos juros da Dívida Pública, é a chamada
”bolsa banqueiro” que muita gente não sabe.
Se na esfera
federal a coisa está muito feia em se tratando de avanço democrático, no Governo
do Estado a situação não é muito diferente. O Governo Paulo Câmara foi muito criticado
nessa reunião por não ter colocado “nem uma cacimba no campo” durante esse
mandato, conforme frase do presidente do Conselho, Joel Mariano. A situação
está tão difícil no campo para o Governo do PSB (Partido Socialista Brasileiro),
que o Conselho Rural de Tabira decidiu convocar o representante do Governador
no município, Zé de Bira, para uma reunião no dia 08 de julho de 2017, no sindicato
para tentar intervir junto ao governo para salvar as cisternas que não vieram,
entre outros projetos no campo que estão praticamente parados.
Diante do
exposto cabe a todos os tabirenses que têm alguma consciência política lutar para
que o Brasil tenha de fato um governo federal eleito pelo povo, de preferência
um governo democrático e popular, o que a meu ver só com eleições diretas já. Não dar para cair
no canto da sereia de que “o tempo é pouco até 2018 e que há um acordão entre as
elites, inclusive com Lula, para esperar até lá”. Essa é uma propaganda
falsa que interessa as elites, até porque pode-se
aprovar também a antecipação das eleições no Congresso Nacional, mas isso
também depende da correlação de forças e do avanço no nível de organização, de
lutas e do aumento da consciência dos
camponeses e das massas trabalhadoras, como é o
caso de parar com essas reformas ultra neoliberais do golpista Temer e da
implantação do orçamento participativo nas três esferas de poder, entre outras medidas
democráticas.
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