Por Altair Freitas - Facebook
É muito lamentável mas são os fatos. Parte muito grande da chamada esquerda brasileira padece de um conjunto de limitações históricas que trazem enormes prejuízos para ela própria e, claro, num momento de profunda crise política como a dos últimos anos, para a massa popular.
A esquerda é imbuída de sentimentos nobres (luta pela igualdade, fim da miséria, do racismo, machismo, etc). Mas para boa parte dela falta - e muito! - instrumental teórico sólido, falta capacidade de traçar estratégias e táticas adequadas. Prevalecem o subjetivismo, o idealismo tacanho (ausência de análise concreta da realidade concreta), um moralismo inócuo, e a certeza de que tudo se resolve apenas com a vontade, deixando de lado a análise de um elemento fundamental em qualquer luta, que é a correlação de forças.
Essa parte da esquerda não estuda economia, história e a própria trajetória das lutas sociais, da luta de classes. Estudar Marxismo-leninismo para que mesmo, se as primeiras tentativas de socialismo naufragaram? Essa parte da esquerda acredita de pés juntos que não precisamos construir no Brasil um Estado Nacional poderoso, uma economia industrial vibrante, bastando criar programas sociais para distribuir renda. Renda que essa galera acha que sai apenas do bolso dos milionários e não de uma produção econômica vigorosa em todos os setores da produção.
Uma esquerda que acredita piamente de que basta ela própria estar unida e tudo de bom acontecerá, sendo que toda a esquerda junta segue sendo minoritária e atualmente profundamente isolada. Uma esquerda que acredita que intenção de votos no Lula (30%, os históricos 30%) é o mesmo que movimento social de luta para barrar o retrocesso imposto ao povo pelo golpe.
Uma esquerda que faz questão de implodir a aproximação dela própria de setores sociais e forças politicas mais amplas, quando mais precisamos deles para resistir e buscar avançar. Temos muito trabalho para superar essas limitações e é necessário compreender bem com quem lidamos para que nós próprios não nos iludamos com o guarda-chuva apelidado de "esquerda".
O título e o formato da matéria são meus.
Dedé Rodrigues
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