Prejuízo com testes que perdem a validade é de R$ 290 milhões
Publicado 22/11/2020 15:28 | Editado 22/11/2020 15:29
Sem levar em
consideração o que recomenda a Organização Mundial da Saúde (OMS), o governo
Jair Bolsonaro prefere deixar estragar 6,8 milhões de testes para diagnóstico
da Covid-19 a testar em massa a população. Todos esses testes estão estocados
em um armazém do governo federal em Guarulhos. Se fossem usados, poderiam ter
evitado que o Brasil chegasse a 170 mil mortos em decorrência da pandemia do
novo coronavírus.
A quantidade de
testes que perde a validade em dezembro e janeiro é bem maior do que os 5
milhões de testes que o SUS realizou em nove meses de pandemia. O prejuízo com
os testes que irão para o lixo é de R$ 290 milhões. A informação é do
jornal O Estado de S. Paulo.
Trata-se de testes
RT-PCR, dos mais eficazes, que consiste na coleta de secreção no nariz e na
garganta por meio de um cotonete. Em laboratórios particulares custa de R$ 290
a R$ 400. Conforme a reportagem, o Ministério da Saúde alega que sua
responsabilidade é comprar os testes de Covid-19 – e que a distribuição é feita
mediante pedido dos governadores e prefeitos. Os gestores, por sua vez, alegam
que o governo entregou kits incompletos.
De acordo com o
jornal, que teve acesso a relatórios, os dados sobre o prazo de validade, de
conhecimento do Ministério da Saúde, indicam que 96% dos 7,15 milhões dos
exames encalhados vencem em dezembro e janeiro. O restante até março. E que a
pasta comandada pelo general Eduardo Pazuello já pediu ao fabricante análise
para prorrogar a validade dos produtos.
Segundo o Conselho
de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) e Conselho Nacional de
Secretários de Saúde (Conass), o ministério não entregou todos os kits de
testes e máquinas para automatizar a análise das amostras que havia prometido.
“O contrato que permitia o fornecimento de insumos e equipamentos necessários
para automatizar e agilizar a primeira fase do processamento das amostras foi
cancelado pelo Ministério da Saúde”, disse o Conass.
De acordo com o
conselho, “há o compromisso da pasta de manter o abastecimento durante o
período de três meses, contados a partir do cancelamento. É fundamental, porém,
que uma nova contratação seja feita e a distribuição dos insumos seja retomada
em tempo hábil”.
Já a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não detalhou ao jornal como a
validade do produto pode ser renovada. Limitou-se a informar que a entrega de
testes vencidos é uma infração sanitária. Ainda segundo o Estadão,
o ministério disse que a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) está
realizando estudo “para verificar a estabilidade de utilização dos testes” e
que vai distribuir os exames a partir de demandas dos Estados.
Desde que Pazuello
assumiu o Ministério da Saúde, a pasta deixou de fazer campanhas educativas sobre
as medidas para prevenção do contágio pelo novo coronavírus. E o governo
Bolsonaro, por sua vez, segue firme em negar a gravidade da doença e da
pandemia.
Com informações da
Rede Brasil Atual e do Estadão
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