O reator usa um
poderoso campo magnético para fundir plasma de hidrogénio que pode atingir
temperaturas de mais de 150 milhões de graus Celsius.
Publicado 06/12/2020 17:12 | Editado 06/12/2020 19:17
A China ligou com
sucesso o seu reator de fusão nuclear, um “sol artificial” na Terra, informou a
imprensa local, citada pelo portal phys.org, marcando um grande avanço nas
capacidades da energia nuclear do país. O reator HL-2M Tokamak é o maior e mais
avançado dispositivo de investigação experimental de fusão nuclear do país e os
cientistas esperam que o dispositivo possa desbloquear uma poderosa fonte de
energia limpa.
O reator usa um
poderoso campo magnético para dirigir e levar à fusão de plasma de hidrogénio e
pode atingir temperaturas de mais de 150 milhões de graus Celsius –
aproximadamente dez vezes mais quente que o centro do sol –, de acordo com
o People’s Daily.
Localizado no
sudoeste da província de Sichuan e concluído no final do ano passado, o reator
costuma ser chamado de “sol artificial” devido ao enorme calor e energia que
produz. “O desenvolvimento da energia de fusão nuclear não é apenas uma maneira
de resolver as necessidades estratégicas de energia da China, mas também tem
grande significado para o futuro desenvolvimento sustentável da energia e da
economia nacional da China”, refere o People’s Daily.
Cientistas chineses
têm trabalhado no desenvolvimento de versões menores do reator de fusão nuclear
desde 2006 e planeiam utilizar o dispositivo em colaboração com cientistas que
trabalham no International Thermonuclear Experimental Reactor (ITER), o maior
projeto de investigação de fusão nuclear do mundo, com base em França, que deve
estar concluído em 2025.
A fusão nuclear é
considerada o Santo Graal da energia, sendo o processo que alimenta nosso sol,
que por sua vez funde núcleos atómicos para criar grandes quantidades de
energia – o oposto do processo de fissão usado em armas atómicas e centrais
nucleares, que os divide em fragmentos.
Ao contrário da
fissão, a fusão não cria lixo radioativo e acarreta menos risco de acidentes ou
roubo de material atómico, mas alcançar a fusão é extremamente difícil e caro.
O ITER, por exemplo, projeto internacional que está a ser construído no sul de
França, tem um custo total de US$ 22,5 bilhões.
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