Órgãos manifestam
pesar. Foi o segundo dia com mais mortes de toda a pandemia e o maior registro
de contágios, 87.843 novos diagnósticos positivos, desde o início.
por Cezar Xavier
Publicado 07/01/2021 20:49 | Editado 07/01/2021 21:31
Brasília – DF, 07/01/2021) Coletiva de Imprensa do Ministério da Saúde.
Alan Santos/PR
O Brasil bateu a
marca de 200 mil vidas perdidas em razão da pandemia do novo coronavírus. A
atualização do Ministério da Saúde divulgada na noite desta quinta-feira (7)
informa um total de 200.498 mortes em decorrência de covid-19.
O Brasil chega a
este número num momento bastante delicado, em que ainda não há concretude de
uma campanha de imunização, apenas anúncios desencontrados. Também ocorre num
momento em que se atinge recordes de contágios e o segundo maior número de
mortes num dia. Uma sinalização que deixa em alerta especialistas diante da
possibilidade de um descontrole da pandemia, com colapso dos sistemas de saúde
e funerário de localidades mais vulneráveis.
Em 26 de abril do
ano passado, Manaus registrou 140 sepultamentos com abertura de valas comuns
para os caixões. Nesta quarta-feira (6), a capital amazonense se aproximou
daquele recorde com 110 enterros em apenas um dia, após o prefeito dizer da
falta de covas para tantos mortos. Em Belém, também há temor de caos na saúde
conforme vão lotando os leitos de UTI com pacientes da doença.
Até ontem, o sistema
de dados sobre a pandemia marcava 198.974 óbitos. Ainda há 664.244 pessoas
infectadas em acompanhamento. Outras 7.096.931 pessoas – 89,1% do total – já se
recuperaram da doença.
Nas últimas 24
horas foram registrados 1.524 novos óbitos. Foi o 2º dia com mais mortes
notificadas durante todo o período de pandemia, perdendo apenas para 29 de
julho, quando foram confirmadas 1.595 novas vítimas. Ainda há 2.543 óbitos sob
investigação.
Com isso,
a média móvel de mortes no Brasil nos últimos 7 dias foi de 741, de
acordo com levantamento do consórcio da imprensa. A variação foi
de +7% em comparação à média de 14 dias atrás,
indicando tendência de estabilidade nos óbitos pela doença.
Nesta quinta-feira, a média de mortes
se aproxima da ultrapassagem da média calculada até sábado da última semana.
Ainda há mais dois dias de registros até o fechamento da primeira semana
epidemiológica de 2021, e o prenúncio é de aceleração de óbitos.
O total de casos
acumulados se aproxima de 8 milhões. Conforme o balanço do Ministério da Saúde,
o Brasil chegou a 7.961.673 pessoas infectadas desde o início da emergência
sanitária. O número de casos acumulados ontem estava em 7.873.830.
Entre ontem e hoje,
foram confirmados 87.843 novos diagnósticos positivos, o maior número em toda a
pandemia. O dia com mais casos acrescidos às estatísticas havia sido 16 de
dezembro de 2020, com 70.574. A média móvel calculada pelo consórcio da
imprensa nos últimos 7 dias foi de 36.452 novos diagnósticos por dia. Isso
representa uma variação de -10% em relação aos casos registrados em
duas semanas, o que indica tendência de estabilidade também nos
diagnósticos –após 8 dias seguidos em queda.
Nesta quinta-feira, a média de
infecções diagnosticadas também se aproxima da ultrapassagem da média calculada
até sábado da última semana. Ainda há mais dois dias de registros até o
fechamento da primeira semana epidemiológica de 2021, e o prenúncio também é de
aceleração de contágios.
Na lista de estados
com mais mortes, o topo é ocupado por São Paulo (47.768), Rio de Janeiro
(26.292), Minas Gerais (12.366), Ceará (10.096) e Pernambuco (9.763). As
Unidades da Federação com menos óbitos são Roraima (793), Acre (821), Amapá
(956), Tocantins (1.257) e Rondônia (1.890).
Dez estados e o
Distrito Federal apresentaram alta na média móvel de
mortes: RJ, DF, GO, AM, RO, RR, TO, CE, PB, PI e SE.
Repercussão
O Ministério da
Saúde divulgou nota em que se solidariza com as “famílias que perderam entes
queridos”. No comunicado, a pasta diz que está “trabalhando incansavelmente
para para garantir vacinas seguras e eficazes à população” e destaca o papel
dos profissionais de saúde no combate à pandemia.
A nota destoa das
manifestações do presidente da República, Jair Bolsonaro (ex-PSL), que frequentemente
manifesta desdém pelas mortes da pandemia, criticando as vítimas como fracas e
tratando como normais os números trágicos que afetam centenas de milhares de
famílias brasileiras.
“É importante
ressaltar que é a força de cada um dos profissionais de saúde – como médicos,
enfermeiros, cuidadores, técnicos e demais profissionais – que fazem o Sistema
Único de Saúde (SUS) funcionar”, destaca o Ministério.
O Conselho Nacional
de Secretários de Saúde (Conass) classificou o fato como “triste marca”. De
acordo com os secretários, o Sistema Único de Saúde mostrou o quanto é
necessário para a população. Mas a entidade alerta que há vários desafios pela
frente.
“Precisamos estar
atentos a todas as providências para aquisição de insumos essenciais ao sucesso
da iniciativa, com seringas e agulhas. Neste momento, há um estoque suficiente
para atender as demandas da primeira fase da iniciativa. É essencial, porém,
que uma compra nacional, pelo Ministério da Saúde, seja realizada em
quantidades que garantam a vacinação contra covid-19 e a reposição de estoques
que necessitaram ser remanejados”, pontua a nota do Conass.
Brasil está entre países no escuro
para a vacinação da Covid-19. 40 países já vacinam sua população. Israel e
Emirados Árabes são os mais avançados na imunização
Ontem, em
pronunciamento de rádio e TV, Pazuello afirmou que o governo garantiu a
disponibilidade de 354 milhões de doses de vacinas, de três laboratórios, para
imunização da população brasileira em 2021.
Além disso, o
ministro afirmou que estão disponíveis atualmente cerca de 60 milhões de
seringas e agulhas para iniciar a vacinação da população ainda neste mês de
janeiro”, disse o ministro. “Temos, também, a garantia da Organização
Pan-Americana de Saúde [Opas] de que receberemos mais 8 milhões de seringas e
agulhas em fevereiro, além de outras 30 milhões já requisitadas à Abimo
[Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos e
Odontológicos], a associação dos produtores de seringas.”
O Conselho Nacional
de Saúde (CNS), colegiado que reúne governos, gestores, profissionais e
associações de pacientes, divulgou hoje nas redes sociais que a entidade
lamenta o sofrimento de brasileiros e brasileiras.
“Nossas entidades
manifestam o seu mais profundo pesar pelas vidas perdidas, muitas das quais
evitáveis e resultado da inação e da irresponsabilidade dos mandatários da
nação para o enfrentamento da pandemia. Sentimo-nos entristecidos pelo
sofrimento incalculável dos milhões de brasileiras e brasileiros infectados e
mortos pela covid-19 e de seus familiares.”
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