Por Dedé Rodrigues
Tabira, PE, 2021
A noite recebe o dia
Cheia de amor e paixão
Quando é no dia seguinte,
Ao raiar da claridão
O sol lhe entrega as flores
N’um mundo cheio de dores,
Soberba e desunião.
Na noite a gente reflete
Sobre os nossos desafios,
Pois no dia a gente nada
Nas correntezas dos rios,
Mares e grandes tufões,
Repletos de tubarões
Devoradores de brios.
Toda noite as teorias
Nas mentes são visitadas
Para unir-se com as práticas
Nessa vida conturbada.
Nessa visita constante
Se refaz a todo instante
As obras inacabadas.
A noite é calma e serena.
No dia volta a esperança.
Na noite a gente descansa,
pra no dia entrar em cena.
No dia a interrogação;
Na noite a inspiração
E o sonho de uma vida amena.
A noite esconde as agruras
Dos seus filhos deserdados:
Gente sem pão, sem
trabalho,
No lombo, o peso dos fardos,
Morando em baixo de pontes,
Sem teto e sem horizontes,
Pobres brancos, negros, pardos.
A negra noite acalenta
A mulher negra explorada,
Mas ela também lamenta
A branca discriminada.
Vai-se a noite e vem o dia,
Pra começo da agonia
Da mão-de-obra explorada.
A vida tem sido estreita
Pra quem está na pobreza,
Pois na ponta da pirâmide
Vivem os donos da riqueza.
Os bolos dessa
nobreza,
Escassos para o peão,
Serão um dia partidos
Com a luta do oprimidos,
Com a força da união!
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