sábado, 31 de julho de 2021

A NOITE E O DIA NO SONHO DO PROLETARIADO

 Por Dedé Rodrigues

Tabira, PE, 2021

 

A noite recebe o dia

Cheia de amor e paixão

Quando é no dia seguinte,

Ao raiar da claridão

O sol lhe entrega as flores

N’um mundo cheio de dores,

Soberba e desunião.

 

Na noite a gente reflete

Sobre os nossos desafios,

Pois no dia a gente nada

Nas correntezas dos rios,

Mares e grandes tufões,

Repletos de tubarões

Devoradores de brios.   

 

Toda noite as teorias

Nas mentes são visitadas

Para unir-se com as práticas

Nessa vida conturbada.

Nessa visita constante

Se refaz a todo instante

As obras inacabadas.

 

A noite é calma e serena.

No dia volta a esperança.

Na noite a gente descansa,

pra no dia entrar em cena.

No dia a interrogação;

Na noite a inspiração

E o sonho de uma vida amena.

 

A noite esconde as agruras

Dos seus filhos deserdados:

Gente  sem pão, sem trabalho,

No lombo, o peso dos fardos,

Morando em baixo de pontes,

Sem teto e sem horizontes,

Pobres brancos, negros, pardos.

 

A negra noite acalenta

A mulher negra explorada,

Mas ela também lamenta

A branca discriminada.

Vai-se a noite e vem o dia,

Pra começo da agonia

Da mão-de-obra explorada.

 

A vida tem sido estreita

Pra quem está na pobreza,

Pois na ponta da pirâmide

Vivem os donos da riqueza.

Os bolos  dessa nobreza,

Escassos para o peão,

Serão um dia partidos

Com a luta do oprimidos,

Com a força da união! 

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