No total, o país
tem 14,1 milhões de desempregados e 31,7 milhões de subutilizados no mercado de
trabalho
Publicado 10/10/2021 12:31
O número de pessoas
trabalhando no Brasil (89 milhões) cresceu 8,6%, no trimestre encerrado em
julho de 2021 na comparação com o mesmo período do ano passado. Mas 80% das
vagas criadas desde 2020, quando começou a pandemia, são informais, sem
direitos, segundo dados da Pnad Continua do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatísticas (IBGE).
Desses 80%, cerca
de 53% dos desempregados recorreram a atividades “por conta própria”, como
camelôs, vendedores de comida de rua ou pequenos empreendimentos por não
conseguir emprego formal, com direitos a férias, 13ª salário, Fundo de Garantia
do Tempo de Serviço (FGTS) e outros benefícios.
Os informais sofrem
também com a queda da renda e as incertezas sobre quanto vão conseguir no fim
do mês. Com isso, precisam cortar muitas despesas, inclusive itens da
alimentação, e mesmo assim não têm como contribuir com o Instituto Nacional do
Seguro Social (INSS) para ter um auxílio em caso de acidente de trabalho ou
aposentadoria.
Os dados da Pnad
Contínua mostram que o rendimento médio caiu 8,8%, na comparação com o
trimestre encerrado em julho do ano passado. Isso representa R$ 242 a menos no
fim do mês para os trabalhadores. Em média, segundo a pesquisa, o salário é de
R$ 2.508.
Já o Observatório
das Metrópoles que faz, em parceria com a Pontifícia Universidade Católica do
Rio Grande do Sul (PUC-RS) e a Rede de Observatórios da Dívida Social na
América Latina (RedODSAL), o Boletim Desigualdade Social nas Metrópolis, mostra
um nível de renda per capita ainda menor nas grandes cidades. Segundo o
boletim, no segundo trimestre de 2021, a renda domiciliar per capita do
trabalho foi estimada em R$ 1.326 nas regiões metropolitanas, uma baixa de 0,1%
em relação aos três meses anteriores. Valor inferior a esse só foi verificado
no começo da série histórica do estudo, no primeiro trimestre de 2012: R$
1.323.
Levando em conta o
salário mínimo ideal de uma família de dois adultos e duas crianças que,
segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos
(Dieese), deveria ser de mais de R$ 5.657,66 em setembro, dá para entender
porque muitas famílias estão disputando osssos e restos de peixes no país.
Como a Pnad só
considera desempregado quem procura emprego no período e milhares estão fazendo
bico, a taxa de desemprego recuou para 13,7% no trimestre encerrado em julho,
segundo o IBGE. No total, o país tem 14,1 milhões de desempregados e 31,7
milhões de subutilizados no mercado de trabalho. No levantamento anterior,
referente ao trimestre encerrado em junho, a taxa de desemprego ficou em 14,1%,
atingindo 14,4 milhões de pessoas.
Fonte: Redação CUT
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