sábado, 30 de outubro de 2021

PROJETO DE GRE E BIBLIOTECAS FAZ SUCESSO EM TABIRA

 

 Por Dedé Rodrigues

Projeto Letras Pretas da GRE, vivenciado pela  Biblioteca Pedro Pires Ferreira da EREFEM A. A. Cavalcanti de Tabira está fazendo sucesso. O projeto é coordenado pela professora e bibliotecária,  Lourdes Cesário, com auxílio do ex: gremista, Eduardo Amaral. Foi divulgado nas salas da escola, no primeiro e segundo turnos do Ensino Fundamental e Médio, a  segunda etapa com a apresentação pelos alunos envolvidos e pela coordenadora,  diversos poetas e escritores afrodescendentes com o objetivo de dar mais visibilidade as suas obras, bem como, combater o racismo estrutural que ainda persiste em nossa sociedade. Veja outras fotos abaixo: 

 Abaixo segue uma das poesias da minha autoria que norteou a apresentação do projeto.

 CORDEL PARA AS LETRAS PRETAS

 Letras Pretas, me inspira

Pra resgatar tuas glórias

Revendo a literatura,

Publicizando as vitórias.

Me deixa te abraçar,

Me envolver, pesquisar

Pra resgatar tua história.

 

Vem Solano Trindade

Dizer “tem gente com fome”

Debaixo dos viadutos

Que há dias que não come.

Pessoas abandonadas,

Morrendo pelas calçadas

Sem nem sequer ter um nome.

 

Chega Francisca Araújo

Lutar por mais igualdade

Nesse Brasil à deriva,

Carente de liberdade.

Vem falar do teu amor

Independente de cor,

Egoísmo e vaidade. 

 

Mostra a nós, negra Odailta,

Teus  cabelos cacheados,

Como desenhos bonitos 

Frondosos e ondulados.

Mostra teus lindos cabelos,

Mesmo escondendo teus pelos

Noutros lugares guardados.

 

Vem também Fael Bezerra

Defender os favelados

Que são vítimas das chacinas

Feitas por homens fardados.

Vem resgatar o Quilombo

Representado no tombo  

De cada negro tombado.

 

Vem também Zé de Mariano

Defender teus ideais,

Defender nossos direitos

Como um “militante” faz.

Crava essa fala no peito:

“Pra que tanto preconceito

Se somos todos iguais?”

 

Vem Inaldete Pinheiro

combater certos doutores,

pessoas sem empatia,

que não sentem “nossas dores”.

Vem dizer aos irmãos

Que muitos falsos cristãos

Pregam ódios ao invés de amores”.  

 

Vem Cristiane Sobral,

Amante da instrução,

Defensora da leitura,

Parceira da educação.

Estimula essa mulher

Que lava prato e colher

A fazer revolução.

 

Chega mais Dedé Monteiro

Espalha a inspiração

Dos heróis da negritude

Vítimas de toda opressão.

Vem somar com a tua arte

Pra que ela faça parte

Da “nossa libertação.”

 

Vem dizer pra todo mundo

Que só uma ampla união

Pode arrancar o racismo

Da raiz dessa nação.

Vem ajudar a  plantar,

cultivar e conquistar

Uma nova abolição.

 

Vem dizer para os incautos,

Que defendem o racismo

Que mentes atrofiadas,

Do falso cristianismo

Vão jogando lentamente

O país e sua gente

No mais profundo abismo.

 

Aparece letras pretas

Sai dos porões do racismo,

Que fere, atrofia e mata,

A exemplo do nazismo.

Emerge com galhardia,

Nada na democracia

Para afogar o fascismo.

 

 

Dedé Rodrigues

Tabira, 02\10\2021

 

E na conclusão segue mais essas três estrofes feitas no dia da apresentação:

 

Se eu pudesse envolver

Todo o meu corpo discente

No projeto Letras Pretas

Com a alma, corpo e mente,

O racismo se mandava,

E assim a gente acabava

Com o “Aphartheid” da gente.  

 

Então o corpo docente

Tinha cumprido a função

Que a nossa sociedade

Espera da educação.

E a “negrada” festejava,

Pois ela enfim conquistava

A sua libertação.

 

E por fim as Letras Pretas,

Escondidas, camufladas,

Se tornariam visíveis,

Pois seriam divulgadas.

E as obras desses autores,

Poetas e escritores

Seriam, enfim publicadas.  

 

Dedé Rodrigues,

29 de outubro de 2021

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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