Por Dedé Rodrigues
Foto da recepção do Sec. Educação de PE na EREFEM Arnaldo Alves
No dia 17 de dezembro de 2021 aconteceu a formatura de 05 turmas do Ensino Médio da EREFEM Arnaldo Alves Cavalcanti de Tabira no Clube Garden. Na ocasião, como de praxe, alunos e professores dirigem as suas mensagens e fazem as suas homenagens. Como Padrinho do 3º D e homenageado pelos terceiros A, B e C, refleti sobre a utilidade da educação procurando ultrapassar o senso comum, no qual se apresenta uma educação unicamente voltada para os interesses individuais e profissionais. Afinal defendo uma educação pública voltada para os interesses sociais de transformação da sociedade, pois compreendo que sem essa função social a educação fica reduzida a mera competição nesse modelo excludente de sociedade e a naturalização dos fenômenos sociais não contribui com a realização dos nossos sonhos individuais e coletivos. Depositar os nossos sucessos e fracassos unicamente aos nossos esforços individuais é desconhecer o mundo real onde estamos metidos.
Na minha mensagem procurei
apresentar algumas criações humanas, por meio dos vários tipos de educação durante
a história da humanidade. Primeiramente a humanidade criou o modo de produção
coletivo, mas, posteriormente veio o individualismo, a propriedade privada, as classes sociais e o Estado
para destruir aquela vida em comum. E assim
se desenvolveu a história com a criação do modo de produção escravista, feudal,
capitalista e, mais recentemente, o socialista.
A humanidade criou, nesse
processo, a desigualdade, mas também criou diversas normas e leis para combater ela.
Criou as guerras, mas como contraponto criou também a diplomacia e a paz. Criou a ganância, mas criou também o combate e
a contenção dela. Criou o racismo, mas também criou leis para combatê-lo. Criou
a exploração burguesa, mas também produziu um gênio, Karl Marx que descobriu a
mais-valia, que é a forma como ela
acontece no modo de produção capitalista. Criou o absolutismo, mas também criou
o liberalismo para combatê-lo. Criou o imperialismo, mas criou também a resistência,
as alianças e formas de lutas contra o domínio imperial. Criou o liberalismo
econômico, mas também criou o keinesianismo para combatê-lo. Enfim a humanidade
criou a extrema direita, o negacionismo científico, o capitalismo, as ditaduras,
o neoliberalismo, o nazismo e o fascismo, mas também criou a esquerda, a
pesquisa científica, o socialismo, a liberdade, a luta pela igualdade e pelo
comunismo.
Atualmente, no capitalismo, a classe burguesa, predatória, está destruindo o meio ambiente, mas está, pela pressão dos trabalhadores\ambientalistas criando formas de combatê-lo, por intermédio
de leis, reuniões, decisões e medidas contra o desmatamento, o reflorestamento.
Por fim, como se percebe nesse meu raciocínio, por meio da educação e das lutas sociais é possível construir um mundo melhor ou pior, mas para isso precisamos aprender a trabalhar a função social dela, sair do senso comum de colocar unicamente nos ombros dos nossos alunos as causas do seu sucesso individual ou do fracasso dele. Dependendo das lutas sociais, travadas pelos “alunos” que desenvolveram o senso crítico, do tipo de governo, do tipo de poder e da forma como se produz e se distribuem as riquezas em cada país, podemos ter mais inclusão ou menos inclusão, mais sonhos individuais alcançados por nossos alunos ou não. É para isso que deve servir a educação, caso contrário ela estará a serviço da exploração, do individualismo, da alienação e da elite financeira e especulativa mundial que concentra a maior parte da riqueza, enquanto bilhões de seres humanos passam por necessidades, muitos deles com o curso médio e até com o curso superior. A educação ensinada de forma pragmática, individualista, apostando na meritocracia, não resolve os nossos problemas que são decorrentes do modo de produção que temos. É preciso enxergar o mundo a nossa volta e mudá-lo. É para isso que ela deve servir.
0 comentários :
Postar um comentário