Oh! República, minha amada!
És mesmo “coisa do povo” ,
Que está abandonado
Sem poder comprar nem ovo?
Se ao invés do teu amor
Tu me causas tanta dor
Como queres meu aprouvo?
Quando tu apareceste
Suplantando a Monarquia
Prometeste liberdade
E até cidadania,
Mas o direito formal
Nunca tornou-se real
Na nossa democracia.
Pois a tua oligarquia
Forjada no egoísmo
Mandava e desmandava
Usando o clientelismo.
Assim mantinha os currais
E as prisões eleitorais,
grilhões do coronelismo.
Mas o que tu esperavas
Depois de tanta opressão?
Que o povo fosse pacato,
Não tivesse reação?
Tiveste que massacrar
A revolta popular
Do povo em rebelião.
Tu lembras dos movimentos
No teu poder desgastado
Da Revolta da Vacina
E da Guerra do Contestado?
Teu regime carniceiro
Criou até cangaceiro
Nos rincões do nosso estado.
Tu não lembras de Canudos?
Ou preciso te lembrar?
Daqueles bravos cristãos,
Unidos para lutar?
Um exemplo de irmandade,
Cristãos de fé de verdade,
Heróis do mais alto altar.
Pois foi a nossa Canudos
A Epopeia do Sertão,
De bravos como Lucena,
De Pajeú, nosso irmão?
De Antônio Conselheiro
Líder daqueles roceiros
Que viviam em comunhão.
Queres também que eu te lembres
Dos bandos de cangaceiros,
Que nos Sertões enfrentaram
Os "fardados bandoleiros"?
Naquela época caótica
Olhando por essa ótica
Eles eram justiceiros.
Mas República por que andas
Fazendo pouco sucesso?
Compras mandatos a ouro,
E entope aquele Congresso
Com tanta picaretagem,
Que a vida é fazer chantagem
Travando o nosso progresso.
Prometestes tudo novo
Naquela última eleição
Livrar o nosso país
De toda corrupção.
Fizeste tudo ao contrário,
Boa parte do Erário
Vai pra o “bolso do centrão”.
Prometeste defender
A nossa grande nação,
Mas és um grande entreguista
Das riquezas deste chão.
Teu falso patriotismo
Agrega o charlatanismo
De completa enrolação.
Tu espalhas fake News
E terror na televisão
Com robôs de toda ordem,
Desprovidos da razão.
Por meio do celular
Procuras disseminar
Muita desinformação.
Por que ainda alimentas
Um “Congresso com ladrão”,
Formando, lobbys, bancadas
Como aquela do centrão?
Não fizeste tanta crítica
Àquela velha política
Que corrompia nação?
Tem a bancada do boi,
Tem a bancada da bala,
Tem dinheiro “nas cuecas,”
Dinheiro dentro de mala.
Faz do Congresso uma vala.
Queres manter os currais,
Cheio de gado e ladrão
Segando os nossos olheiros,
Que fiscalizam a nação?
Por que não vais a raiz
Pra limpar esse país
Do mar da corrupção?
Tu queres voltar no tempo
Com essa gente atrasada
Fazendo "motociatas"
Com campanha antecipada.
Queres pintar o contexto
Com uma certa cor do “cabresto”
Que prende a nova boiada?
Por que negas
a Ciência
Que tem a luz da razão
E te abraças com as trevas,
Amante da escuridão?
Por que cortas o orçamento
E tiras o alimento
Que nutre a educação?
Por que estás brigando tanto
Por um tal de voto impresso
Não sabes que as nossas urnas...
Tem feito um grande sucesso?
Pra desviar a atenção
Da crise dessa nação
Tu não larga esse processo?
Tua briga com o Supremo
Tem uma metodologia
pra desviar a atenção
Da alta da carestia.
No país da inflação
Ganha a especulação
E fracassa a economia.
Estou rompendo contigo
Pode me dar o divórcio,
Pois só gente alienada
Se apega a um mau negócio.
Quero romper qualquer laço
Que alimente embaraço
Na conquista do meu ócio.
O país está um caos,
Por isso eu quero
mudança
Quero uma nova República
Que promova a esperança.
Pra que um dia a riqueza
Sirva também à pobreza,
Trazendo muita bonança.
Vou remover os mandatos
Que alimentam o centrão.
Vou trocar peça por peça
Dos cargos da União.
Eu quero um novo projeto
No lugar desse dejeto
Que contamina a nação.
Eu quero um novo Congresso
Pra legislar no país
Quero sanar todo mal,
E arrancar dele a raiz.
Só vou conceder
mandato
A quem defender de fato
Que o povo seja feliz.
Por Dedé Rodrigues
Em 19 de maio de 2022
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