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O segundo turno das eleições para governador de Pernambuco será disputado pelas candidatas Marília Arraes (Solidariedade) e Raquel Lyra (PSDB). Esta é a primeira vez na história que uma mulher chega ao segundo turno das eleições estaduais. Com isso, Pernambuco terá, pela primeira vez, uma governadora eleita.
Marília e Raquel disputam pela primeira vez o Executivo estadual, que há 16 anos é governado pelo PSB, nas gestões de Eduardo Campos, por duas vezes, e de Paulo Câmara, por mais duas.
Marília Arraes liderou de forma isolada todas as pesquisas de intenção de voto desde o início da campanha. Em 6 de setembro, chegou a ter 38%, segundo pesquisa realizada pelo Ipec (ex-Ibope). Também de acordo com levantamentos do Ipec, Raquel Lyra, em toda a campanha, esteve em segundo lugar, empatada tecnicamente com outros três candidatos: Miguel Coelho (União Brasil), Danilo Cabral (PSB) e Anderson Ferreira (PL).
Durante a pré-campanha e em todo o período eleitoral, Marília Arraes tentou associar a imagem dela à do ex-presidente Lula (PT), aproveitando-se da relação de proximidade que tem com o petista. Mas Lula, devido à aliança nacional com o PSB, apoiava oficialmente o candidato da Frente Popular de Pernambuco, Danilo Cabral (PSB).
A imagem de Lula foi disputada por Marília e Danilo. No estado natal do ex-presidente, ele sempre teve mais de 60% das intenções de voto para as eleições deste ano, segundo as pesquisas divulgadas pelo Ipec.
Usando sempre roupas vermelhas, Marília Arraes chegou a ser alvo de ações judiciais com autoria do PSB, para que ela fosse impedida de usar imagens de Lula na campanha, mas isso foi negado pelo Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco. Entretanto, o tribunal proibiu que ela e a militância usassem peças com símbolo e sigla do PT.
Raquel Lyra apoiava Simone Tebet (MDB) na disputa pela Presidência, mas por poucas vezes citou a senadora nas campanhas. No estado, a candidata ao Planalto tinha cerca de 2% de intenções de voto, de acordo com o Ipec.
Nas entrevistas, enquanto Marília Arraes buscava se viabilizar por meio de críticas ao PSB e apoio ao governo de Lula, Raquel Lyra falava sobre a experiência em cargos no estado, durante o governo de Eduardo Campos, e na prefeitura de Caruaru.
Ambas, no entanto, disparavam críticas aos governos de Paulo Câmara, mesmo tendo participado de gestões do PSB. O pai de Raquel, João Lyra Neto, foi vice de Eduardo Campos, em 2010, e assumiu o governo quando o então governador saiu para ser candidato à Presidência da República, em 2014.
Nas duas chapas, houve a tentativa de dialogar com diferentes regiões do estado. Marília Arraes, sendo do Recife, escolheu para candidato a vice o deputado federal Sebastião Oliveira (Avante), cuja base é do Sertão.
Raquel Lyra, que é do Agreste pernambucano, escolheu para candidata a vice a deputada estadual Priscila Krause, que por dez anos foi vereadora do Recife e tem atuação concentrada principalmente no Grande Recife.
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