Em agenda no ABC, o presidente voltou a criticar a alta da taxa Selic e defendeu o estado como garantidor da educação e indústria nacional.
Por Lucas Toth
Publicado 02/06/2023 15:28 | Editado 03/06/2023 11:22
O presidente Lula inaugura o complexo de laboratórios (Bloco Zeta) da
Universidade Federal do ABC (UFABC).. Foto: Ricardo Stuckert/PR
O presidente Luiz
Inácio Lula da Silva foi a São Bernardo no Campo, nesta sexta (2), para
inaugurar as novas instalações da Universidade Federal do ABC (UFABC) e a nova
linha de produção da Eletra Tecnologia de Tração Elétrica, empresa líder em
transporte público sustentável.
Lula cumpre agenda
que marca a retomada do investimento na educação superior, especialmente em
ciência e tecnologia.
Pela manhã, o
presidente participou da cerimônia de inauguração da nova estrutura da UFABC,
que abriga o Bloco Zeta de Laboratórios. A nova instalação disponibiliza 22
laboratórios de pesquisa científica e inovação tecnológica em diversas áreas
como genética, tecnologias assistivas e inclusão, desenvolvimento energético e
equipamentos médicos. Um dos laboratórios, por exemplo, é destinado ao
desenvolvimento de inovações em doenças cardíacas complexas.
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“Estamos saindo das trevas para voltar à luminosidade”
O novo prédio tem
5,8 mil metros quadrados e conta também com 12 laboratórios de iniciação
científica, além de salas de aula voltadas para a pós-graduação. A construção
do novo bloco contou com financiamento do governo federal, por meio do
orçamento da UFABC, do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(Finep) e de emendas parlamentares, além de recursos individuais de deputados
federais. O valor total de investimento foi de R$ 28,5 milhões.
No discurso
inaugural, o reitor da UFABC, Dácio Matheus, agradeceu a Lula por já no começo
do mandato retomar o diálogo do governo federal com as instituições de ensino
do país. “Foram R$2,4 bilhões destinados as universidades e institutos federais
que começam a dar fôlego para a retomada da reconstrução das nossas
instituições de ensino e de pesquisa”.
Matheus lamentou os
cortes sofridos nas últimas gestões da Educação. “Essa retomada é fundamental
porque nos últimos seis anos sofremos cortes sucessivos muito além do que teto
de gastos nos impunham”, disse o reitor.
Já a ministra da
Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, presidente nacional do PCdoB, reiterou as
críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. “Mais de 95% da produção científica
se dá na universidade e nos institutos de pesquisa. Por isso, nós não
consideramos as universidades um lugar de balburdia. Muito pelo contrário,
consideramos um espaço de excelência e produção de conhecimento”, disse a
ministra.
Além da ministra da
Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, Lula estava acompanhado dos ministros da
Fazenda, Fernando Haddad; da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre
Padilha; da Educação, Camilo Santana; das Mulheres, Cida Gonçalves. dos Portos
e Aeroportos, Márcio França; dos Transportes, Renan Filho; Desenvolvimento
Agrário, Paulo Teixeira; e do Trabalho, Luiz Marinho.
Lula inaugura
fábrica de ônibus elétrico
Na segunda agenda
do dia, o presidente Lula também participou da inauguração de uma nova linha de
produção de ônibus elétricos, em São Bernardo do Campo.
Em discurso, o
vice-presidente Geraldo Alckimin, que também é ministro da Indústria, celebrou
o investimento da empresa Eletra. “Aqui está a neoindustrialização: inovação,
pesquisa, desenvolvimento, engenharia nacional, sustentabilidade”, disse
Alckimin.
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defendem neoindustrialização para impulsionar o desenvolvimento
A Eletra inaugura
um novo prédio de 27 mil metros quadrados, localizado na Via Anchieta, com
capacidade para produzir 150 ônibus elétricos por mês ou até 1,8 mil por ano. A
ampliação das instalações faz parte de um plano de investimento de R$150
milhões
Lula lamentou o
processo avançado de desindustrialização no país. “A indústria já representou
30% do PIB brasileiro. Só a indústria automobilística representava 23% do PIB
industrial quando eu era presidente do sindicato dos metalúrgicos. Hoje a gente
vê a indústria brasileira sumir do cenário do nosso país. Hoje, ela representa
11% do PIB nacional”, disse o presidente.
Lula disse que é
importante o Estado investir e garantir a indústria brasileira competitiva
frente ao mercado internacional. “O ônibus elétrico é muito mais caro que um
ônibus normal. Mas no funcionamento, ele vai custar 73% a menos que um ônibus a
diesel. Por isso, cabe ao Estado brasileiro garantir a sobrevivência da
indústria nacional”.
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CNI defende “neoindustrialização”
Horas antes, na
cerimônia de inauguração do bloco Zeta na UFABC, o presidente Lula voltou a
criticar a Selic alta. “Aí vai fazer uma creche, dizem que é gasto; vai fazer
uma escola profissional, dizem que é gasto. Tudo é gasto? Temos que tratar tudo
isso como investimento”, disse. “Gasto é a gente pagar 13,75% de juros ao
sistema financeiro deste país. Isso é gasto: o governo converter, de tudo que
ele produz, 13,75% ao ano para pagar de juros. O restante é investimento”,
completou.
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