terça-feira, 18 de julho de 2023

Lula denuncia corrida armamentista em guerra na Ucrânia

 


Países ocidentais gastaram mais de US$ 100 bilhões em ajuda bélica à Ucrânia, valor que supera o que os países ricos ofereceram aos emergentes para lidar com as mudanças climáticas

por Lucas Toth

Publicado 17/07/2023 09:35 | Editado 17/07/2023 16:26

Foto: Reprodução

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou, nesta segunda (17), a corrida armamentista na guerra entre Ucrânia e Rússia, durante a abertura do fórum empresarial da cúpula da Celac (Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos) e da União Europeia.

“A guerra no coração da Europa lança sobre o mundo o manto da incerteza e canaliza para fins bélicos recursos até então essenciais para a economia e para programas sociais. A corrida armamentista dificulta ainda mais o andamento da mudança do clima”, disse o presidente.

Além do Brasil, outros 33 países da Celac e os 27 países da união europeia participam do encontro, que deve durar até terça (18). O Brasil havia deixado a Celac durante o governo de Jair Bolsonaro.

A expectativa é que a cúpula discuta temas como mudança do clima e transição justa e sustentável; transição digital inclusiva e justa; segurança cidadã e combate ao crime transnacional; comércio e desenvolvimento sustentável; e recuperação global pós-pandemia da Covid-19.

As críticas de Lula aos investimentos das potências europeias e dos Estados Unidos na guerra entre Ucrânia e Rússia ocorrem em meio a gastos exorbitantes com a indústria bélica. Segundo o Instituto de Pesquisas pela Paz, de Estocolmo, em 2022 o mundo gastou mais de US$2 trilhões em armamentos.

Só no primeiro ano de guerra, a ajuda ocidental à Ucrânia passou dos US$100 bilhões, valor que supera o que os países ricos ofereceram aos emergentes para lidar com as mudanças climáticas.

Os europeus pressionam os países latinos para que a declaração final do encontro cite a “guerra de agressão” contra o território ucraniano. Os governos do continente, no entanto, se recusam a aceitar os termos e pretendem mencionar o conflito como a “guerra na Ucrânia”.

Lula tem reforçado que o Brasil condena a invasão ao país e adotou essa posição na ONU (Organização das Nações Unidas), mas acredita que o envio de armas aos ucranianos contribui para prolongar a guerra.

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