quarta-feira, 11 de outubro de 2023

A maré não estava para peixe

 

Luciano Siqueira

Passo a passo as investigações conduzidas pela Polícia Federal vão juntando as pedras de um quebra-cabeças que não deu certo por uma questão de fundo, uma variável com a qual os conspiradores talvez não contassem.

O quebra-cabeças foi o plano golpista urdido pelo próprio ex-presidente Bolsonaro e seu staff civil e militar.

Até datas alternativas chegaram a considerar na hipótese de impedirem não apenas a posse, mas antecipadamente a diplomação do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.


Porém faltou o clima. Ou, melhor dizendo, o ambiente social e político que de fato permitisse uma certa margem de segurança na viabilidade do golpe. 

Os acampamentos de ativistas ensandecidos defronte aos quartéis não foram suficientes. Ao contrário, converteram-se gradativamente em sinal barulhento de inconsequência.

Talvez esteja aí uma das razões pelas quais os comandantes das três forças no momento decisivo teriam negado o apoio necessário ao ex-presidente golpista.

De tal modo que importa anotar a surpreendente ausência de base social para o golpe, apesar de um resultado eleitoral quase empate.

Ou seja, o ideário ultradiretista e odioso de Bolsonaro conseguiu contagiar quase a metade do eleitorado, mas não o suficiente para interromper o processo democrático.


O capitão tentou pescar em águas turvas.


Esse dado psicossocial, digamos assim, há que se considerar no esforço cada vez mais necessário de mobilizar a população em favor das medidas de caráter progressista encetadas pelo governo Lula.

Navegando em mar revolto ttps://bit.ly/3Ye45TD

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