Plano estratégico retoma investimento em refinarias e fertilizantes. A estimativa foi feita pelo presidente da estatal, Jean Paul Prates
por Agência Brasil
Publicado 26/11/2023 10:00 | Editado 25/11/2023 23:42
Foto: Agência Petrobras
O plano estratégico
de investimentos da Petrobras para o quinquênio 2024-2028 prevê a criação de
1,4 milhão de empregos direitos e indiretos. Uma média de 280 mil a cada ano, a
maior parte em áreas de exploração e produção de petróleo. A estimativa foi
feita pelo presidente da estatal, Jean Paul Prates, nesta sexta-feira (24), no
Rio de Janeiro, em um encontro com jornalistas, para detalhar o plano aprovado,
na quinta-feira (23), pelo conselho de administração da companhia.
Prates ressaltou
que o conjunto de investimentos apresenta um crescimento de 31% em relação ao
anterior, válido inicialmente para 2023-2027, aprovado no último ano do governo
do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Esse plano muda
muita coisa. O plano é direcionado para uma empresa que está enxergando o
futuro. Anteriormente você via a empresa sem futuro, você a via simplesmente
deixando de investir, pagando dividendos exorbitantes, acima de qualquer outra
congênere, apontando apenas para atividade do pré-sal, que é finito, um recurso
não renovável”, comparou.
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“Agora não, a gente
está apontando para exploração de novas áreas, reposição de reservas,
continuidade das atividades de petróleo e gás, porém, com olho no futuro.
Estamos falando de coprocessamento em refinarias, gerar energia renovável em
grande escala para produção de hidrogênio verde e outros produtos, metanol
verde, amônia verde”, detalhou Prates, se referindo a produtos ambientalmente
mais sustentáveis.
“É um plano de
revitalização da Petrobras, que assegura não só o presente, como lança bases do
futuro da companhia”, completou Prates, lembrando que o plano quinquenal passa
por revisões anuais. “A gente tem a possibilidade, evidentemente, de ir fazendo
ajustes”.
O plano de
investimentos é da ordem de US$ 102 bilhões, o equivalente a R$ 500 milhões. Em
comparação à atuação estratégica da Petrobras em anos anteriores, as diretrizes
aprovadas esta semana preveem a retomada de investimentos em refinarias.
“Nós não vamos mais
vender refinarias. Pelo contrário, vamos investir nelas para que se tornem um
parque industrial, cada uma delas”, prometeu Prates.
A Petrobras vai
retomar também a produção de fertilizantes. A companhia pretende reiniciar a
operação da Araucária Nitrogenados (Ansa), no Paraná, parada desde 2020, e
concluir as obras da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN III), em
Três Lagoas, Mato grosso do Sul, paradas desde 2014. A previsão é que a Ansa
volte a operar no 2º semestre de 2024.
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Além disso, a
estatal busca parceria para manter em operação as fábricas de fertilizantes de
Sergipe e Bahia, que estão arrendadas para a Unigel. A intenção é manter as
plantas produzindo sob encomenda para a própria estatal por até 1 ano e,
depois, buscar outra forma de funcionamento, seja uma joint venture ou
incorporação.
“Evidentemente, se
você comparar projetos isolados, por exemplo, um poço do pré-sal com uma
fábrica de fertilizantes, [a fábrica] não vai ter a mesma rentabilidade, mas
não quer dizer que seja prejuízo investir em fertilizantes”, explicou.
“A intenção é
entrar no fertilizante porque não só é necessário para o Brasil porque a gente
precisa ter alguma produção doméstica, mas, do ponto de vista comercial, faz
sentido para nós, dentro do túnel da transição energética, entrar no
fertilizante de novo. É daí que vão nascer os novos produtos, a amônia verde, os
fertilizantes do futuro. A gente precisa estar no jogo”, justificou Prates.
Margem equatorial
Dentro dos US$ 102 bilhões previstos no plano estratégico, US$ 7,5
bilhões são para exploração de novos poços de petróleo no Brasil e no exterior.
A Petrobras espera investir US$ 3,1 bilhões na Margem Equatorial – área
marítima que se estende por mais de 2,2 quilômetros a partir da costa, desde o
Amapá até o Rio Grande do Norte.
A estatal já tem
autorização para fazer as primeiras atividades em parte da nova fronteira
petrolífera. Mas depende de autorização do Ibama para atingir áreas tidas como
muito promissoras.
“Estamos muito
otimistas de que todos os esforços que nós fizemos até então, e qualquer outra
exigência técnica que seja viável que venha ser feita, nós buscaremos atender,
porque entendemos que há uma importante riqueza a ser explorada”, disse Joelson
Mendes, diretor executivo de Exploração e Produção da estatal.
Argentina
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, comentou a situação da Argentina,
onde o presidente eleito no domingo (19), Javier Milei, anunciou que pretende
vender a petroleira estatal YPF. Prates considera que o cenário “ainda está
muito indefinido”.
“Não temos nenhuma
análise em curso de aquisição nem de investimento. É claro que todo tipo de
ativo, todo tipo de oportunidade a gente analisa”, disse, acrescentando que
“não é porque o presidente [eleito] anunciou a venda da YPF que a gente
imediatamente vai se atirar para dizer que vai comprar alguma coisa ou não”.
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