Acordos coletivos determinam comunicação prévia das montadoras aos sindicatos – o que não ocorreu
por André Cintra
Publicado 05/11/2023 22:36
Após duas semanas
de lutas dos trabalhadores – com direito a uma greve unificada –, a General
Motors (GM) suspendeu neste sábado (4) as 1.245 demissões anunciadas pela
montadora em 21 de outubro nas três fábricas no estado de São Paulo. A decisão
reverte 839 cortes em São José dos Campos, 300 em São Caetano e 105 em Mogi das
Cruzes.
Todos os
trabalhadores já foram formalmente reintegrados. Na segunda-feira (6), haverá
reunião entre a empresa e os sindicatos dos metalúrgicos das três bases para
encaminhar os trâmites internos. Também na segunda, haverá assembleia nas
fábricas.
A decisão da
multinacional norte-americana foi motivada por uma liminar da Justiça do
Trabalho de São Paulo, que, por sua vez, atendeu a uma Ação Civil Pública dos
sindicatos. Na visão da Justiça, as demissões arbitrárias não levaram em conta
os acordos coletivos entre a GM e essas entidades.
“A retomada dos
empregos é uma vitória histórica, fruto da forte luta dos trabalhadores das
três cidades”, declarou o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São
José dos Campos, Valmir Mariano. “Foram 13 dias de greve e muita união em
defesa dos empregos. Mostramos a força da nossa categoria.”
Os acordos
coletivos determinam comunicação prévia das montadoras aos sindicatos – o que
não ocorreu. Além disso, as demissões foram avisadas aos funcionários por
telegrama ou e-mail em um final de semana, o que revoltou os trabalhadores. Em
resposta à intransigência e à sensibilidade da GM, os sindicatos organizaram
uma greve que se estendeu por 13 dias.
As fábricas
paulistas da montadora contam com cerca de 12 mil trabalhadores. A GM também
mantém plantas em Gravataí (RS) e Joinville (SC).
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