Em live com membros do governo, presidente fala das conquistas obtidas nesta que deve ser sua última viagem internacional do ano e que rendeu novos acordos em diversas áreas
Publicado 05/12/2023 16:55 | Editado 05/12/2023 17:16
Foto: Ricardo Stuckert
Com o objetivo de
levar à população mais detalhes sobre as ações do governo federal durante a
viagem que Lula e sua comitiva estão fazendo pelo Oriente Médio e pela
Alemanha, o programa Conversa com o Presidente desta terça-feira (5) recebeu 11
membros do governo para um bate-papo no qual o próprio Lula foi o apresentador
na maior parte do tempo.
“Volto desta viagem
muito convencido, depois da quantidade de contatos que tive, de que o Brasil
voltou a ser um país respeitado. Como é bom você perceber que as pessoas querem
conversar com o Brasil. Ver como as pessoas querem investir. Elas querem
discutir transição ecológica, energética, a questão climática”, declarou o
presidente.
Lula salientou,
ainda, que “é importante que o Brasil aprenda a ser grande. É importante que
aprenda a ser importante. É importante que aprenda a ser do tamanho que tem. A
gente tem que ter grandeza naquilo que faz em uma relação democrática”.
Primeiro a falar, o
ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou: “Acho que ficou confirmada a
percepção de que o Brasil tem vantagens competitivas que nenhum país tem num
mundo com problemas sociais e ambientais”.
Haddad acrescentou
que os árabes “se comprometeram a continuar investindo, não só na produção de
minerais críticos, mas também estão dispostos a atingir 10 bilhões de dólares
em investimentos em empresas e projetos de infraestrutura no Brasil”.
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Na COP 28, disse
ainda o ministro, “o país foi celebrado e apresentamos programas com o BID
(Banco Interamericano de Desenvolvimento) para financiar a transição ecológica
no Brasil. A Alemanha não poderia ter sido mais clara. Quer uma nova onda de
investimentos, inclusive industriais, tanto em energia limpa quanto produção
manufatureira”.
Na sequência, ao
tratar do cenário econômico nacional, pontuou: “Vamos crescer 3% este ano;
atingimos uma taxa muito elevada de juros em julho e o Banco Central começou a
cortar a taxa a partir de agosto. Quero crer que com as medidas que estamos
tomando junto ao Congresso — inclusive a reforma tributária, que vai ser a
primeira reforma tributária feita em regime democrático e a mais ampla da nossa
história —, além das leis e medidas provisórias que encaminhamos, o brasileiro
pode esperar uma economia cada vez mais forte”.
PAC e Agricultura
Durante sua participação, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, coordenador do Novo PAC, salientou: “Há muito interesse em projetos licitados pelo governo nas áreas de infraestrutura, transição energética, segurança alimentar e de parcerias empresariais. Há grandes oportunidades com fundos de investimentos e agências de fomento de vários desses países. Tivemos a oportunidade apresentar o Novo PAC em detalhes, um projeto que pretende licitar algo em torno de 370 bilhões de dólares”.
Carlos Fávaro,
titular da pasta de Agricultura e Pecuária, destacou que “o Brasil retomou a
liderança, a boa diplomacia e os laços de amizade. Com isso, se abriram
oportunidades”. Ele explicou que 72 novos mercados foram abertos para os
produtos brasileiros até este momento. “São mercados que o Brasil não
acessava”, disse, citando como exemplos a venda de carnes suína e bovina para o
México, de algodão para o Egito e de frango para Israel.
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Ele criticou o posicionamento
reativo ao governo Lula adotado por parte dos empresários do segmento, no qual
o alinhamento ao bolsonarismo é forte. “Muitas vezes, algumas pessoas do
agronegócio, talvez por maldade ou por desconhecimento, não compreendam a força
do seu pronunciamento, de sua liderança, que ficou nítida. Um pronunciamento
muito forte com relação à sustentabilidade, com respeito ao meio ambiente, mas
com intensificação (no setor). Nosso programa de conversão de pastagens em
áreas agricultáveis vai permitir que o Brasil possa dobrar sua produção e
consequentemente, a geração de emprego e oportunidades e com uma diferença
importante: não será sobre a floresta”.
Na sequência, o
ministro Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar,
falou sobre o Pronaf (Programa Nacional de Agricultura Familiar). “Os três
programas de compra pública lançaram dinheiro novo, com R$ 1,5 bilhão para a
alimentação escolar, R$ 1 bilhão para a aquisição de alimentos da agricultura
familiar e R$ 120 milhões de assistência técnica e extensão rural”, salientou.
Ele acrescentou que
“o grande ganho na COP é o debate sobre o sistema agroflorestal, de casar a
produção de alimentos com o reflorestamento. De trabalhar com o conceito de
florestas produtivas. Um momento importante para consolidar a tese de que o
reflorestamento dá resultado econômico para o pequeno agricultor”.
Ciência, Trabalho e
Comunicação
A ministra de
Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, falou sobre as realizações
deste ano, destacando que “hoje, nós já executamos mais recursos
para Ciência e Tecnologia do que os quatro anos do governo anterior”.
Já o ministro do
Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, lembrou que em dez meses o Brasil criou 1,78
milhão de novos empregos formais, com carteira assinada. “Na prática serão dois
milhões até o fim do ano. Estamos num processo importante de combate ao
trabalho infantil e à escravidão e acordos com vários setores”, afirmou.
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continua em queda e país tem mais de 100 milhões de ocupados
Outro tema tratado
na live foram as fake news e a desinformação. O ministro Paulo Pimenta, da
Secretaria de Comunicação da Presidência, informou que “a Alemanha tem
experiência importante na área. Tivemos uma reunião de trabalho com o ministro
equivalente da Secom deles. Dali saiu um protocolo e uma série de iniciativas
conjuntas”.
Pimenta acrescentou
que “é um enorme desafio construir um ambiente de integridade da informação, de
combate às fake news, de educação midiática, de aprimorar a legislação
para impedir a livre circulação de conteúdo que é considerado ilegal fora das
redes. Essa parceria com a Alemanha é importante porque tira aquela aura de ser
algo autoritário. A Austrália também já aprovou leis nesse sentido. O Canadá
aprovou. O mundo sabe da importância dessa discussão”.
A live contou ainda
com as participações dos ministros Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da
Presidência, e Esther Dweck, da Gestão e Inovação, além de Márcio Elias Rosa,
secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e
Serviços e Aloizio Mercadante, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES).
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