Em 2023, foram liberados R$ 26 bilhões em crédito que fazem parte do projeto de neoindustrialização do Brasil. Meta é se aproximar dos mesmos valores de 2014
por Murilo da Silva
Publicado 12/01/2024 18:00 | Editado 12/01/2024 18:43
Imagem: Site PT
O projeto de neoindustrialização do Brasil está a todo vapor. No
penúltimo dia do ano, 30 de dezembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
assinou, um projeto de lei que que prevê incentivos à modernização do parque
fabril brasileiro pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), que
irá destinar R$ 3,4 bilhões para o programa de depreciação acelerada.
Nesse sentido, o
apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem
fundamental importância, uma vez que em 2023 dobrou o crédito oferecido em
relação a 2022 para a indústria e liberou R$ 26 bilhões em operações diretas.
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PL que incentiva modernização do parque industrial
O número ainda está
distante dos R$ 48 bilhões ofertados em 2014, no entanto é o maior valor desde
aquele ano. Mas o que é interessante, no momento, é a retomada do crédito logo
no primeiro ano do terceiro mandato de Lula.
Do valor liberado
pelos BNDES no ano anterior, destaca-se operações para inovação da indústria em
R$ 3,9 bilhões, com foco maior na área de transportes. Outros segmentos com
importantes recursos foram colocados telecomunicações, saúde e agrícola.
O jornal Valor
Econômico destacou os valores e trouxe as palavras do diretor de
desenvolvimento produtivo, inovação e comércio exterior do BNDES, José Luis
Gordon, que diz que os números mostram a volta do banco na agenda industrial,
intrinsicamente ligada à agenda do governo.
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BNDES investe um terço dos governos Lula e Dilma
A visão de retomada
do banco, praticamente ‘abandonado’ após o impeachment da presidenta Dilma
Rousseff, é compartilhada por integrantes da CNI (Confederação Nacional da
Indústria) e Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), que
observam novo estímulo para a modernização dos parques fabris com o aumento no
volume de crédito.
Como aspecto
auxiliar para a retomada do setor está a queda dos juros em 2024.
Retomada
O BNDES foi um dos
órgãos desmontados após o golpe sofrido pela presidenta Dilma Rousseff. Desde
então os recursos foram minguando e, consequentemente, afetou diversas
políticas públicas e projetos importantes para a engrenagem nacional.
O banco chegou a
ser alvo das fake news impetradas pelo bolsonarismo, que disseminava na
sociedade a infundada ideia de que os recursos do BNDES eram utilizados para
investir em outros países alinhados com o governo Lula e Dilma, como Cuba,
Venezuela, Argentina, entre outros.
Leia também: BNDES torra R$
48 milhões, abre caixa-preta, mas não encontra desvios
Quando o banco, já
sob a presidência de Jair Bolsonaro, contratou uma auditoria para apurar
desvios na estatal, situação chamada pela extrema-direita como caixa-preta do
BNDES, o escritório estrangeiro, Cleary Gottlieb Steen & Hamilton LLP, que
subcontratou o brasileiro, Levy & Salomão, não encontrou nenhum desvio.
Neste jogo de cena
do bolsonarismo foram desperdiçados R$48 milhões pagos aos escritórios pela auditoria –
dinheiro gasto com uma operação inútil e que fez Jair Bolsonaro dizer que, na
verdade, não havia a tal caixa-preta.
*Com informações
Valor e PT
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