quinta-feira, 30 de maio de 2013

S.J.EGITO: ‘Casal GAY vai registrar filha com duas mães. Elas vão dar entrada no cartório para assumir a união formalmente’

Sem medo de enfrentar preconceitos, a mototaxista Vânia Maria Ferreira da Silva, 31, e a dona de casa Tayanna Barsilino Phaelant, 24, vivem juntas há seis anos, em São José do Egito, no Sertão do Pajeú. No ano passado, decidiram ter um filho por inseminação artificial. Há três meses, cuidam de Sofia. Queriam registrá-la com duas mães, mas o cartório do município não permitiu. Com a resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que proíbe cartórios de recusarem a celebração de casamento civil de pessoas do mesmo sexo ou negar a conversão de união estável de homossexuais em casamento, em vigor desde ontem, as esperanças de Vânia e Tayanna foram renovadas.
Elas não informaram a data, mas vão dar entrada  em um cartório para assumir a união formalmente. O passo seguinte será entrar na Justiça para fazer uma nova certidão de nascimento da filha com o nome das duas. O casal será um dos primeiros, em Pernambuco, a procurar um cartório para registrar a união, após a aprovação da resolução. “O mais importante nesse processo todo é garantir que aceitem que a nossa filha tem duas mães. É um sonho que queremos realizar. Ela é muito querida”, disse Vânia, por telefone, ontem à tarde, enquanto separava os documentos que levará ao cartório.



A mototaxista tem outro filho, fruto de um relacionamento anterior com um homem. Porém, sentia que a felicidade não estava completa. Foi quando conheceu a atual companheira e as duas passaram a morar juntas.



O casal relatou que, mesmo seis anos após assumirem à sociedade que se relacionam, os preconceitos ainda são muitos. Mesmo assim, isso nunca foi motivo para pensarem em se separar. “A família de Tayanna, por exemplo, é muito tradicional, mas, aos poucos, foi aceitando. A gente se gosta muito. Foi amor à primeira vista. Precisamos do apoio deles”, completou a mototaxista.



Ela, que também é técnica em enfermagem, foi a responsável pela inseminação artificial feita em Tayanna. “Um amigo cedeu o sêmen, com a garantia de que, no futuro, não ia querer o filho para ele”, explicou Vânia, que ainda não sabe se outros filhos, fruto do amor entre as duas, serão planejados no futuro.



Marcello Patriota

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