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O processo corre em segredo de Justiça, mas o Tribunal de
Justiça do Estado (TJPE) acaba de conceder um Habeas Corpus em favor dos donos
da empresa Priples, acusada de operar uma pirâmide em rede nacional, a partir
de Pernambuco.
Com a decisão, Henrique Maciel Carmo Lima, 26 anos, vai
poder responder ao inquérito em liberdade. Ele estava no Cotel e será liberado
ainda hoje.
A esposa dele, Mirele Pacheco de Freitas, 22 anos, também
foi beneficiada pela medida, mas somente poderá ser solta nesta sexta-feira,
uma vez que o presídio em que se encontra recolhida já fechou. Mirele Pacheco
está presa na Colônia Penal Feminina do Recife, no bairro do Engenho do Meio,
Zona Oeste da cidade.
O despacho foi concedido pelo desembargador do TJPE Paulo
Victor Vasconcelos de Almeida, atendendo um pedido de liminar apresentado pela
banca Fernando Lacerda Filho e Eduardo Trindade.
O casal foi preso em casa no sábado 03 de agosto, no bairro
de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, a partir de um pedido de prisão
preventiva apresentado pela Polícia Civil de Pernambuco.
Henrique Maciel Carmo de Lima e Mirele Pacheco de Freitas
foram presos sob suspeita de crime contra a economia popular e formação de
esquema de pirâmide financeira. Na casa do casal foram encotrados carros de
luxo, sendo uma Range Rover e um Camaro, e cerca de 300 mil dólares em espécie.
Seis mandados de busca e apreensão haviam sido expedidos contra o casal.
HISTÓRICO
A empresa Priples diz trabalhar no sistema de marketing
multinível, onde os divulgadores do produto (no caso da Priples são anúncios na
internet) recebem ganhos de 60% mensais em cima do valor investido.
Em julho, dezenas de divulgadores da empresa fizeram fila na
sede da Priples, localizada no bairro de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes,
por não terem recebido os pagamentos.
A maioria das pessoas estava na calçada, debaixo de sol
forte, desde o início da manhã, sem ser atendida. Dentro da loja também havia
muita gente, mas a reportagem do Jornal do Commercio foi impedida de entrar na
empresa, que atua na internet fazendo perguntas aleatórias e prometendo
remunerar quem atrair mais pessoas para acessar o site.
Por conta de atraso, alguns divulgadores entraram na Justiça
contra a empresa, como o estudante de direito Rinaldo Moreira Cavalcanti, que
decidiu entrar com uma medida cautelar de arresto para garantir os R$ 10 mil
gastos para iniciar suas atividades na empresa.
Em julho, o caderno de Economia do JC publicou matéria
explicando como funciona esse tipo de empresa, e alertando para os lucros
fáceis prometidos.
Em se tratando de marketing multinível por si só não há
chance de lucro, afirma a diretora executiva da Associação Brasileira das
Empresas de Vendas Diretas (ABEVD), Roberta Kuruzu. “Travestir não é a palavra.
Diria que essas empresas apenas se fantasiam de marketing multinível para
disfarçar uma atividade que não tem nada a ver com comércio legítimo. Se há
promessa de lucro fácil, sem atividade comercial por trás, já dá para
desconfiar, né?”, questiona Roberta.
Do Blog de Jamildo
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