Por Altamiro Borges
Em meio à disputa fraticida no PSDB pela escolha do
candidato da sigla em 2014, o ex-governador José Serra disse certa vez que FHC
“tá gagá”. A leitura da patética mensagem de ano novo do ex-presidente tucano,
postada no Facebook, parece confirmar este diagnóstico. Vale conferir:
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"O ano que termina não foi dos melhores para o país:
nuvens pesadas rondam a economia, contas públicas se complicam, inflação
perigosa. Felizmente, a massa salarial não caiu nem o desemprego voltou a
assustar. Mas, até quando?
Há, entretanto, sinais alentadores: a população tomou as
ruas para exigir melhor qualidade de vida, demonstrando inconformidade com a
patifaria política e com a corrupção. E o Supremo Tribunal Federal mostrou que
mesmo os poderosos têm de obedecer às leis, pagando os desvios de comportamento
com o preço da liberdade. Sopra, pois, a esperança.
Meus votos para 2014, além dos relativos ao bem estar das
pessoas e ao aumento da solidariedade entre nós, são de que o início de
despertar do povo brasileiro encontre eco em lideranças responsáveis, capazes
de abrir caminhos novos, mais seguros. Líderes que ofereçam prosperidade
duradoura e garantam as liberdades individuais e coletivas. Ano eleitoral é
sempre ano de expectativas de mudanças. Que elas venham e nos levem a um futuro
melhor.
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Uma rápida análise, parágrafo a parágrafo, mostra que o
“rapaz” realmente está com problemas – no mínimo, de memória. “Nuvens pesadas”
atormentaram a economia durante o seu triste reinado – com o Brasil de joelhos
para o FMI, inflação em alta e desajustes das contas públicas em prol do
capital financeiro. Na sua época, a “massa salarial” foi achatada e o
desemprego bateu recorde. O agourento pergunta “até quando?”. Se depender do
PSDB, basta o seu cambaleante candidato vencer a disputa presidencial para
estas chagas voltarem!
Quanto à “inconformidade com a patifaria política e com a
corrupção”, FHC devia tomar mais cuidado com o que escreve – mesmo que peça
para esquecer depois. É só relembrar da compra de votos para a sua reeleição,
da criminosa privatização das estatais (a famosa privataria tucana), do socorro
amigo aos banqueiros (Proer) e de outras sujeiras. Pena que o STF e a mídia
nunca investigaram estes casos escabrosos – e há dúvidas se investigarão o
mensalão tucano de Minas Gerais ou o “trensalão” tucano de São Paulo. Isto
talvez explique o seu “sopro de esperança”.
Já no último parágrafo, FHC expressa seus “votos para 2014”
ao desejar que o “povo brasileiro encontre eco em lideranças responsáveis,
capazes de abrir caminhos novos, mais seguros”. Não cita Aécio Neves talvez
porque nem ele acredite seriamente nesta candidatura tão cambaleante. Na
prática, FHC prega o retorno ao reinado neoliberal de desmonte do Estado, da
nação e do trabalho. Ou seja: é uma mensagem de péssimo 2014! A nossa sorte é
que o ex-presidente é um dos mais rejeitados e odiados da história do Brasil.
Poucos darão muita atenção aos seus votos de ano novo!
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