Por Altamiro Borges
Finalmente, o Tribunal de Justiça de Goiás decidiu analisar
e julgar as denúncias sobre a ligação do ex-senador Demóstenes Torres com o
mafioso Carlinhos Cachoeira. O escândalo envolvendo o “mosqueteiro da ética” da
revista Veja e o “empresário dos jogos de azar”, como a mídia insiste em tratar
o mafioso, veio à tona em 2012 com a “Operação Monte Carlo” da Polícia Federal.
Segundo a apuração do Ministério Público, o demo travestido de moralista, que
chegou a ser apontado como presidenciável do DEM, recebeu vantagens indevidas,
como bebidas importadas, eletrodomésticos de luxo e mais de R$ 5 milhões, para
favorecer Carlinhos Cachoeira em vários negócios ilícitos.
O Ministério Público também denunciou a participação do
ex-senador em negociatas favoráveis à construtora Delta. Diante do risco de
cassação, Demóstenes Torres renunciou ao seu mandato em 2012. A manobra fez com
que o Supremo Tribunal Federal (STF) encaminhasse o caso para o Tribunal de
Justiça de Goiás, sob a alegação de perda da prerrogativa de foro. Passado todo
este tempo, agora o tribunal goiano decide analisar o escândalo. Neste longo
período, o ex-senador continuou recebendo seus altos proventos como procurador
da Justiça e pode passear pela Itália e fazer compras em boutiques de luxo.
Além disso, ele continuou atuando para limpar a sua barra, inclusive com o uso
de violência.
Na sexta-feira (24), o Estadão informou que o advogado
Neilton Cruvinel “registrou boletim de ocorrência na polícia de Goiás no qual
diz que o ex-senador prometeu degolá-lo”. A ameaça de morte teria ocorrido
durante encontro no próprio apartamento de Demóstenes Torres em dezembro
passado, que teve também a presença de Carlinhos Cachoeira e do empresário
Maurício Sampaio. “Na versão de Cruvinel, Demóstenes passou a xingá-lo, a dizer
que tinha feito intrigas, e a acusá-lo de haver dito para várias pessoas que o
escritório de advocacia de ambos seria também de Cachoeira. Cruvinel declarou
que Demóstenes tentou agredi-lo, mas foi contido por Sampaio e por Cachoeira”.
Ainda segundo o jornal, o advogado registrou no boletim de
ocorrência que “só conseguiu sair do apartamento porque o ex-senador era
contido pelo empresário, mas Demóstenes se desvencilhou e segurou a porta do
elevador para dizer que iria ‘matá-lo, degolá-lo e que iria acabar com sua
vida’. Cruvinel afirmou ainda que ‘não tinha como deixar de relatar essa ameaça
porque sabe que ela é real, que Demóstenes planeja atentar contra sua vida’”.
Procurado pela equipe do Estadão, Demóstenes Torres preferiu não se manifestar sobre
a “suposta ameaça”. Será que agora o “cavaleiro da ética” da Veja, que se
projetou por sua postura midiática contra os “mensaleiros petistas”, vai para a
cadeia? A conferir!
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