Ricardo Stuckert/Instituto Lula:
Enquanto o ex-presidente Lula tenta articular uma aliança do
PT com a pré-candidatura do senador Armando Monteiro (PTB) ao governo de
Pernambuco, membros do partido no estado simpatizam com uma postulação própria,
cujo nome mais cotado é o do deputado federal João Paulo (PT-PE); petistas
afirmam que a prioridade, acima de tudo, será reeleger a presidente Dilma
Rousseff
Pernambuco 247 - Faltando menos de dez meses para a eleição
presidencial de 2014, as movimentações políticas em Pernambuco ainda preocupam as
instâncias locais e nacionais do PT. Enquanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, um principal nome da sigla, tenta articular uma aliança do PT com a
pré-candidatura do senador Armando Monteiro (PTB) visando à eleição estadual,
membros do partido em Pernambuco simpatizam com uma postulação própria, cujo
nome mais cotado é o do deputado federal João Paulo (PT-PE), ex-prefeito do
Recife.
Os petistas pernambucanos acreditam que uma chapa encabeçada
por João Paulo teria mais representação, devido à popularidade adquirida pelo
parlamentar durante os oito anos em que permaneceu à frente da Prefeitura
Recife, chegando a quase 90% de popularidade, segundo algumas pesquisas. Apesar
de Armando ter sido eleito como o melhor senador do Brasil, integrantes do PT
argumentam que o petebista não possui experiência administrativa para concorrer
ao governo.
Pernambuco é tido como um dos principais focos eleitorais
para o ano de 2014. O estado é considerado como o reduto eleitoral do
governador de pernambucano e provável candidato à presidência, Eduardo Campos
(PSB), que se reelegeu como governador em 2010 com mais de 80% dos votos
válidos. Mas Lula e Dilma também possuem grande representatividade eleitoral no
estado, como demonstrado nas últimas três eleições presidenciais, onde os
petistas venceram com folga.
Com o objetivo de garantir uma porcentagem significativa de
votos, Lula já confirmou que deverá “morar” em Pernambuco durante o período
eleitoral. O ex-presidente, no entanto, já assegurou que não é favorável à
formação de palanque duplo no estado, e que confia em apenas um representante
para disputar contra o candidato indicado por Campos.
Prioridade é Dilma
A desunião interna dentro do PT ficou evidente no ano
passado, durante a prévia partidária entre o então prefeito do Recife, João da
Costa, e o deputado federal Maurício Rands, apoiado por Campos, pelo deputado
João Paulo e pelo senador Humberto Costa. Diante das denúncias de fraude, a
disputa interna foi cancelada. Alegando intensos conflitos entre as duas alas,
a Executiva nacional interviu no diretório petista em Pernambuco e apresentou
Humberto Costa como candidato a fim de estabelecer um consenso intrapartidário,
o que não aconteceu, e o Partido dos Trabalhadores perdeu a hegemonia de 12
anos frente à prefeitura da capital.
Representantes do PT em Pernambuco negam a existência de uma
crise dentro da sigla no Estado, e reforçam a prioridade da legenda de reeleger
a presidente Dilma. “Divergências existem em todo partido. Mas há um esforço de
todos os filiados de reunificar as forças com o objetivo claro de garantir mais
quatro anos ao trabalho para a presidenta”, declarou Humberto Costa, ao blog
Terra Magazine.
“É natural que o nome de João Paulo surja, porque ele é o
terceiro deputado mais bem votado do Estado e um sujeito muito carismático,
querido por todos os pernambucanos”, continuou. “Mas o PT em Pernambuco está
intimamente ligado ao desejo de Dilma e não vai titubear em construir
alternativas para poder ajudá-la a continuar esse trabalho incrível que tanto
tem ajudado os pernambucanos”, acrescentou o petista.
Já a presidente estadual do partido, Teresa Leitão, admite
que resquícios da celeuma que corroeu o PT em 2012 ainda podem ser localizadas
dentro do partido. De acordo com a petista, entretanto, representantes das
principais correntes do partido se movimentam para recriar a união em prol do
pleito presidencial.
“Na eleição do PED todos assinamos um compromisso de
recolher as armas e reunificar forças em torno do que for melhor para Dilma”,
relatou. “O processo de 2012 prejudicou muito o partido. Agora criamos uma
comissão de tática eleitoral que vai se reunir já no próximo dia 18 para
avaliar o cenário melhor para a presidenta”, disse Teresa, reafirmando que a
principal missão do PT é reeleger Dilma ao Palácio da Alvorada.
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