Última Parte
Por Dedé Rodrigues
Foto do 3º encontro de Professores da rede do Pajeú - 2014
No 3º Encontro de Professores da Rede do Pajeú ocorrido em Carnaíba, 03\02, promovido pela GRE - Gerência Regência de Educação, eu fiz esta pergunta
do título da matéria ao Professor palestrante Dr. José Apolinário da URFPE, mas
ele, devido ao tempo, não respondeu e levou consigo a questão. Não tenho a
pretensão de escrever uma tese científica sobre estes temas tão complexos, mas
acredito que eles são indissociáveis e, por isto, pretendo aqui responder este
questionamento apresentando alguns elos entre os temas propostos.
Um dos slides apresentado pelo professor Apolinário dizia
que “A Escola deve ser o microcosmos da cidadania verdadeiramente democrática,
lugar da inserção de todos os atores envolvidos”. Aqui ele defende uma questão muito importante
para a educação que não é só a participação da família, mas também de todos que
fazem parte da escola. Mas a escola como uma espécie de laboratório de práticas
democráticas é o resultado de uma democracia mais ampla que existe na
sociedade, já que ela pode até está à frente de outras instituições sociais na
vivência democrática, mas é parte de um município, de um Estado e de um país.
Noutro slide do professor José Apolinário ele citou uma
frase que dizia “A coragem cívica é a virtude de erguer a voz por uma causa,
pelas vítimas de injustiça, por uma opinião que acreditamos certa, mesmo contra
obstáculos arrasadores”. (Heller § Ferrer, 2002, p. 123). Este outro slide
dizia: “Todo cidadão pode aprender, e na verdade aprende, a alterar sua atitude
quando entra na esfera da ação política”. (Heller § Ferrer, 2002, p. 116). Neste sentido, aqui ele valoriza a chamada
cidadania ativa, na qual, também o professor\aluno deve ser militante político,
pois a coragem cívica pressupõe erguer a voz contra as injustiças, quem não
defende uma opinião e quem não tem uma causa para lutar por ela, mesmo diante
de muitos obstáculos, não exercita a cidadania.
Para apresentar alguns elos entre educação, cidadania e democracia eu vou recorrer a uma das leis da dialética que ensina não ser possível
conhecer a fundo um fenômeno social analisando o mesmo isoladamente. Logo compreendo que uma educação
de qualidade que atenda a todos precisa ser pública, gratuita e de qualidade, pois
as leis do mercado no capitalismo impedem este acesso para parte das classes
menos favorecidas.
Quanto à cidadania que compreende “cidadãos em pleno gozo
dos seus direitos” não é possível também ser alcançada sem uma educação pública,
gratuita e de qualidade. Enquanto as leis do mercado ditarem as regras na
escola fracionando as disciplinas, educando para a competição e não para a
cooperação estaremos trabalhando contra a verdadeira cidadania.
O terceiro fenômeno social que chamamos de democracia tem o
objetivo de garantir “que todos sejam iguais” independentes de qualquer coisa. Mas isto, no geral, tem ficado mais na
intenção nos países capitalistas. A lógica do capitalismo de produzir
principalmente para o valor de troca e não para o valor de uso está levando a humanidade
para a sua autodestruição. No capitalismo, além da distribuição desigual dos bens
de consumo, não existe matéria- prima ou recursos naturais suficientes para assegurar um consumismo
desenfreado infinitamente para todos. Estamos acabando com os recursos naturais. Neste sentido, o paradigma atual está superado.
Portanto percebemos que a democracia tem tudo a ver com a educação e com a cidadania. Só falta agora ligar tudo isto a um novo modelo social
mais humano e igualitário. Eu só conheço um modelo de sociedade criado pela
humanidade que aponta nesta direção, o socialismo. Dizia Lênin, líder da Revolução Socialista Russa
de 1917, que o socialismo necessariamente tinha que ser democrático. O problema
é que numa sociedade divididas em classes sociais com interesses antagônicos (burguesia
X proletariado) o poder econômico e a lógica da propriedade privada, têm ditado
às regras do mercado na sociedade e nas escolas. Daí ser impossível praticar uma verdadeira democracia nos marcos da lógica neoliberal capitalista vigente.
Por fim, disse o nosso
palestrante que, “é preciso romper com
esta lógica burguesa, cartesiana e positivista vigente nas escolas”. Neste sentido, só uma educação voltada para os
valores de solidariedade, liberdade, igualdade e paz pode servir para ampliarmos
a nossa democracia no rumo de uma verdadeira cidadania. Quanto mais educação,
mais cidadania, mais democracia e mais igualdade. Tudo isto só aponta para um novo
modelo de sociedade diferente deste que temos, o sistema socialista. Este também é um modelo
em construção no mundo. Aprendemos também que o Brasil não deve copiar nenhum
deles, mas sem abrir mão desse objetivo, devemos construir o nosso próprio sistema
socialista, que terá as próprias características do Brasil. Eu acredito que vai
ser só no novo socialismo, a caminho de uma sociedade ideal, o comunismo, que estes fenômenos sociais abordados acima terão
os elos cada vez mais imbricados.
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