Por Altamiro Borges
O insuspeito Ibope – que o blogueiro Paulo Henrique Amorim
apelidou certeiramente de Globope – trouxe péssimas notícias para a Rede Globo
nos últimos dias. Segundo a sua sondagem, o programa Fantástico de domingo (2)
registrou a sua pior audiência da história na região metropolitana de São
Paulo. “Ele gravou 15 pontos, batendo o recorde negativo anterior, de 15,9, em
27 de outubro. No Carnaval de 2013, o Fantástico marcou 17 pontos.”, informa o
sítio especializado “Notícias da TV”, editado por Daniel Castro. Mas esta não
foi a única atração da TV Globo a sofrer baixa. Os telejornais e até as novelas
estão em declínio. Apesar da queda de audiência, porém, as Organizações Globo
continuam abocanhando boa parte dos bilionários recursos em publicidade.
Ainda segundo o sítio “Notícias da TV”, o Carnaval deste ano
não deixará saudades aos donos da emissora. “O primeiro dia de desfiles das
escolas de samba do Rio de Janeiro deve entrar para a história da Globo como a
pior audiência já obtida na transmissão do Carnaval. De acordo com dados
preliminares, a Globo teve média de 6,8 pontos na Grande São Paulo e chegou a
ficar atrás da Record durante alguns minutos. Se os relatórios consolidados do
Ibope confirmarem o desempenho, terá sido o recorde negativo da Globo com Carnaval...
No ano passado, a Globo fez 7,6 pontos com o primeiro dia de desfiles do Rio.
Em 2012, marcou 8,3. Cada ponto na Grande São Paulo equivale a 65 mil
domicílios em 2014”, relata Daniel Castro.
No caso das novelas, o segundo mês do novo dramalhão da
emissora, “Em Família”, também foi preocupante. Pesquisa do Ibope de sábado
apontou que ela alcançou 31 pontos da Grande São Paulo. É o segundo pior início
de novela das nove na história da emissora, superando apenas o mesmo período de
“Salve Jorge”, de Glória Perez, que marcou 30,7 pontos no Ibope. A situação
mais dramática, porém, parece ser a dos programas de entretenimento da TV
Globo. A audiência do “Vídeo Show” despencou depois que passou a ser
apresentado por Zeca Camargo, em novembro passado. O programa intercala
entrevistas com celebridades e reportagens de bastidores da emissora, mas ainda
não convenceu os telespectadores e corre o risco de sofrer drásticas
alterações.
Por último, no que se refere aos telejornais, o cenário
também não é nada bom para os apresentadores Willian Waack e Christiane Pelajo,
do ultradireitista “Jornal da Globo”. Na última quinta-feira (27), ele
registrou 6,7 pontos no Ibope, contra 8,8 do SBT. “No confronto, a Globo perdeu
para A Praça É Nossa (9,3 a 7,2) e Conexão Repórter, de Roberto Cabrini (7,9 a
5,9)”, descreve o sítio “Notícias da TV”. Mas todas estas sondagens negativas,
que se repetem há várias semanas, não devem tirar o sono dos três filhos de
Roberto Marinho, que herdaram o império global e figuram na lista de maiores
bilionários do Brasil no ranking da revista Forbes divulgado nesta semana.
Apesar da seguida queda de audiência, a Rede Globo continua a campeã no
riquíssimo mercado publicitário do país.
Segundo reportagem de Mariana Barbosa, na Folha, “o investimento
em publicidade no Brasil cresceu 6,81% em 2013, alcançando R$ 47,9 bilhões.
Descontada a inflação, o crescimento real foi de 0,85%... Do investimento total
do ano passado, R$ 40,26 bilhões foi o faturamento de veículos de comunicação
com venda de espaço publicitário. O restante foi o investimento na produção de
filmes e peças de campanha. Os números são do Projeto Inter-Meios, relatório
auditado pela PricewaterhouseCoopers para o Grupo Meio & Mensagem. O estudo
é feito com base em números passados pelos veículos de comunicação, já
retirados os descontos nas negociações com as agências” – o famoso Bônus de
Volume, uma forma de propina muito utilizada pelos donos da TV Globo.
“A Price audita 80% do mercado (R$ 32,2 bilhões) e, no caso
de internet, isso inclui apenas os portais. O faturamento publicitário de
Google, Facebook e outras empresas de internet estrangeiras que não divulgam os
dados é estimado em R$ 8 bilhões. Considerando os números auditados, a TV
continuou ampliando sua participação, encerrando o ano com 66,5% do total dos
investimentos em mídia, crescimento de 9,8%. O meio jornal encerrou o ano em
segundo lugar, com 10,1% de participação e receita de R$ 3,3 bilhões (queda de
3,8%). Revista ficou com 5,5% (7,6% menos ante 2012). A TV por assinatura
ganhou espaço: cresceu 18% e ficou com 4,9% do total investido. Já os portais
de internet receberam 4,4% da verba e, pela primeira vez, viram o faturamento
encolher (5,6%). O meio rádio obteve 4,1% de participação (alta de 10,5%). O
segmento de mídia exterior, com fatia de 3,4%, teve a maior alta percentual:
21,8%”.
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