As principais notícias das chamadas 'Marcha da Família com
Deus Pela Liberdade' foram alguns conflitos entre manifestantes pró e contra a
intervenção militar no País neste sábado, 50 anos depois do movimento que
antecedeu o golpe de 64; atos reuniram menos de dez pessoas em Belo Horizonte,
Florianópolis, Natal e Recife; em São Paulo, a adesão foi maior (cerca de 700),
mas protesto mais pareceu greve de PMs, tamanha a quantidade de policiais que
trabalhavam no protesto; no Rio, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) marcou
presença: "estou aqui como um patriota"; marchas ganham apelido de
"Murcha da Família" nas redes
22 de Março de 2014 às 20:54
247 – A adesão às Marchas da Família com Deus Pela
Liberdade, realizadas neste sábado 22 em algumas capitais, classifica o
movimento em defesa de uma intervenção militar no País como um verdadeiro
fiasco. Os atos acontecem 50 anos depois do movimento que antecedeu o golpe
militar em 1964.
Belo Horizonte, em Minas, reuniu cinco manifestantes;
Florianópolis, em Santa Catarina, três; Recife, em Pernambuco, seis; e Natal,
no Rio Grande do Norte, nove. Em Belém (Pará), as vinte pessoas que posaram
para registrar o protesto deixaram a bandeira do Brasil de cabeça para baixo
(confira aqui).
Em São Paulo, a adesão foi maior: cerca de 700 pessoas,
mesmo número de participantes de uma marcha contra o golpe. A presença de
policiais que trabalharam no ato que defendeu os militares, no entanto, era tão
grande que o evento mais se pareceu com uma reivindicação da categoria. No Rio,
foram cerca de 150 pessoas, responsáveis pela principal notícia do dia sobre o
tema: um confronto com militantes contra o regime.
No Twitter e no Facebook, onde usuários publicam dezenas de
fotos das marchas em suas cidades, os movimentos já ganharam o apelido de
"Murcha da Família" ou então uma definição que caracteriza muito bem
o movimento minguado, feita pelo usuário @cellso89: "a Marcha da Família
começou em marcha lenta e terminou em marcha ré".
"Intervenção militar já!", "o Brasil exige:
Ordem e Progresso", "Socorro, forças" e "eleição não,
intervenção sim" foram alguns dos cartazes levantados sobre o golpe. O
deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) compareceu à marcha do Rio de Janeiro,
mas não se posicionou a favor do pedido de intervenção militar, por entender
que isso descaracteriza o movimento. "Estou aqui como um patriota",
disse o parlamentar.
Um dos organizadores da marcha no Rio, o cabo da reserva do
Exército Emílio Alarcon, ponderou que, apesar dos pedidos de intervenção, a
intenção deles não é a instauração de uma ditadura militar. Para ele, as Forças
Armadas devem fechar o Congresso e derrubar o Executivo, para convocar novas
eleições apenas com candidatos ficha limpa. "A intervenção é
constitucional. A gente não está pedindo nada de anormal", disse ele.
Para reivindicar a intervenção, os militantes desse grupo
usaram o Artigo 142 da Constituição, que diz: "As Forças Armadas,
constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições
nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na
disciplina, sob a autoridade suprema do presidente da República, e destinam-se
à defesa da pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de
qualquer destes, da lei e da ordem".
Na interpretação do grupo, tal obrigação de garantir os
poderes justificaria a intervenção, já que há problemas institucionais graves
que só podem ser resolvidos dessa forma: "seria umreset, formatar de novo
o Brasil. Todos os partidos estão envolvidos em corrupção", argumentou
Alarcon.
No protesto de São Paulo, um discurso um tanto confuso.
"Eu sou federalista, sou a favor da democracia. Só que a gente não tem certeza
se a nossa democracia está sendo exercida. Então, sou a favor de que os
militares intervenham, não o regime, apenas para convocar novas eleições com
voto impresso, para o povo ter garantia de que o voto que ele está dando está
indo para quem ele colocou lá. Não é regime militar", disse Walace
Silvestre.
Os manifestantes da capital paulista, que tinham expectativa
de refazer o percurso da primeira edição do evento – da Praça da República até
a Praça da Sé – gritaram, por vezes, "fora, Dilma", e entoaram
melodias pedindo a prisão da presidenta e a volta dos militares: "Um,
dois, três, quatro, 5 mil, queremos os militares protegendo o Brasil", e
"um, dois, três, Dilma no xadrez".
Com informações da Agência Brasil
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