Por Nill Júnior
Em julho de 2013, investidores da Telexfree estiveram na
Rádio Pajeú e questionaram as informações sobre irregularidades da empresa. A
polêmica gerada no Debate com questionamentos dos divulgadores fez com que mais
de 12.500 vissem o vídeo.
Em meio a prisões e ao desmonte de seus negócios, a
Telexfree anunciou ontem a “suspensão” de todas as suas atividades. Há um mês a
empresa mantinha no ar um aviso de que seu site estava em manutenção e voltaria
em 2 horas. Em tom de despedida, a empresa diz não saber quando ou se vai
convencer as autoridades da viabilidade de seu negócio e ainda agradece a
lealdade dos clientes.
A despedida curta provocou revolta nos investidores, que nas
redes sociais reclamaram da falta de menção ao dinheiro. Ela atraiu mais de 1
milhão de pessoas para um esquema encerrado pela SEC de Massachusetts, o
equivalente americano da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
O órgão entrou, em 15 de abril passado, com uma queixa
administrativa para encerrar as atividades da Telexfree Internacional, o que
desencadeou o fim da empresa e ações na esfera penal, com a prisão do
presidente James Merril, na última sexta-feira, e ontem de Katia Wanzeller,
esposa do sócio-fundador Carlos Wanzeller, foragido.
Logo na página 2, o órgão qualifica que a Telexfree não
fazia o que alegava ser seu negócio, a venda de ligações telefônicas pela
internet, a tecnologia VoIP.
Logo na página 2, o órgão qualifica sem meias-palavras o que
fazia a Telexfree, mesma conclusão que motivou as prisões, o congelamento da companhia
e a fuga de Wanzeler. É o contrário do discurso de que o lucro vinha das vendas
do serviço de ligações telefônicas pela internet, a tecnologia VoIP.
“A TelexFree está pagando seus investidores mais velhos não
com o rendimento gerado pela venda do seu produto de VoIP, mas com o dinheiro
recebido de novos investidores”, afirma a SEC, no texto.
S1-Noticias
Clique na imagem e acesse a página da Telexfree
A Telexfree, em 14 de abril, tentou driblar as autoridades
americanas pedindo recuperação judicial, o que não foi aceito. O relatório
revela na página 23 que três dias antes Merril e Katia já haviam emitido para
si mesmos US$ 25 milhões em cheques administrativos.
Por fim, a SEC demonstra o colapso da pirâmide. Em 9 de
março, já com dificuldades de honrar os pagamentos, a Telexfree mudou o plano
de remuneração de quem já tinha investido. Assim, às vésperas de ser fechada
pelas autoridades, ela reconheceu dever U$ 600 milhões e ter só U$ 120 milhões
em caixa. Mas já era tarde para todos, sócios e investidores.
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