Quanto a Dilma, a baixaria só mostrou o quanto há no Brasil
um segmento da elite econômica intolerante e mal educada que não aceita uma
democracia popular com um governo que priorize políticas públicas para os mais
pobres. O vexame foi para quem xingou.
Já hoje (13), no dia seguinte à abertura da Copa, Dilma deu
as devidas dimensões das vaias e xingamentos que recebeu: "O povo
brasileiro não age assim e não pensa assim. Sobretudo, o povo não sente da
forma como esses xingamentos expressam."...
No primeiro jogo da Copa do Mundo no Brasil teve um pouco de
tudo, mas a organização necessária para proporcionar o que o espetáculo se
propunha, o futebol, alcançou pleno sucesso
por Helena Sthephanowitz publicado 13/06/2014 14:39, última
modificação 13/06/2014 14:47
Ricardo Stuckert/ CBF
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Muita gente quis o contrário e houve até alguns problemas,
mas abertura da Copa do Mundo foi sucesso
Gol contra, erros da Fifa ao dar pouco destaque no primeiro
pontapé inicial com auxílio de um exoesqueleto controlado pelo cérebro, vaias
políticas, manifestações pequenas mas acima do tom fora dos estádios, com
repressão também acima do tom. No primeiro jogo da Copa do Mundo no Brasil teve
um pouco de tudo, mas prevaleceu a organização para proporcionar – ao torcedor
de todo o mundo – um grande espetáculo de futebol, que afinal de contas, é
disso que trata uma Copa.
Na estreia da seleção, apesar de um jogo tenso, não faltou
futebol e emoção, que é o essencial. Um gol contra do Brasil abrindo o placar
de forma contrária às previsões, deu mais dramaticidade à partida. Um pênalti
duvidoso para a seleção garantiu a polêmica que faz parte da mítica do futebol.
Dentro do estádio, o maior vexame foi de uma parte da
torcida, que puxou vaias e xingamentos à presidenta da República. O episódio
teve início em um setor VIP, com ingressos mais caros e repleto de celebridades
televisivas, diga-se, globais.
Quanto a Dilma, a baixaria só mostrou o quanto há no Brasil
um segmento da elite econômica intolerante e mal educada que não aceita uma
democracia popular com um governo que priorize políticas públicas para os mais
pobres. O vexame foi para quem xingou.
Já hoje (13), no dia seguinte à abertura da Copa, Dilma deu
as devidas dimensões das vaias e xingamentos que recebeu: "O povo
brasileiro não age assim e não pensa assim. Sobretudo, o povo não sente da
forma como esses xingamentos expressam."
A festa de abertura, também sob encomenda e controle da
Fifa, foi criticada por muita gente, classificada de "mixuruca" se
comparada às superproduções feitas nas Olimpíadas. Mas foi assim em todas as
outras Copas do Mundo. Talvez porque, ao contrário das Olimpíadas, a grande
superprodução são os jogos de futebol propriamente ditos, com os melhores
craques do mundo. A partida inaugural e seus 90 minutos regulamentares de
duração dispensa uma longa abertura superproduzida, diferentemente das Olimpíadas.
Mas nada justifica a Fifa ter "perdido o bonde da
história", ao dar quase nenhum destaque ao primeiro pontapé inicial
simbólico dado por um paraplégico usando um exoesqueleto controlado por seu
cérebro. Seria o grande momento da abertura do evento, capaz de encantar o
mundo. Mas a produção da Fifa, que controla a festa, acabou dedicando apenas
sete segundos ao fato, que passaram quase despercebidos.
Fora dos estádios, houve manifestações localizadas, pequenas
mas barulhentas, de grupos hostis à realização da Copa no Brasil. Em algumas
cidades se limitaram a manifestações pacíficas, e nem todas necessariamente
contra a Copa, mas em defesa de causas mais concretas, como é o caso da
presença de trabalhadores em greve ou em reivindicações entre os manifestantes.
Mas em São Paulo, Rio e Belo Horizonte houve confronto com a
polícia e depredações, porém em pequena escala. Salvo casos isolados não
chegaram a prejudicar quem queria torcer nas ruas. Em alguns casos, como em São
Paulo, a ação policial pecou pelo uso de força muito acima da necessária,
acirrando os ânimos.
Se é verdade que a ação provocativa de Black Blocs não ajuda
a manter manifestações pacíficas, caberia à polícia, por representar o Estado,
evitar ao máximo aceitar provocações e outras táticas para contê-los. Nem
sempre é isso o que vemos, e parece ser opção e determinação do governadores a
repressão com força bruta.
A Copa passou por sua primeira prova de fogo, a da abertura,
aquela que provocava mais expectativas. E no conjunto da obra o Brasil fez
bonito e passou com louvor. Ao contrário do que a turma do contra pregava, a
"Copa das Copas", como gosta de chamar a presidenta Dilma, se
consolida com o padrão Brasil: uma nação capaz de superar grandes desafios, com
uma democracia popular ainda nova, mas vibrante e com oligarquias arcaicas,
formada por pessoas que ainda se sentem os reis dos camarotes.
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