Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
Análise de programas de propaganda eleitoral na televisão,
há uns 15 anos, deixaram de ser feitas na base do “achismo”.
Tudo é medido, com grupos de pesquisa qualitativa – onde as
pessoas não sabem para quem estão comentando – ou até com alguns equipamentos
que registram a reação do telespectador diretamente.
Isso é mantido a sete chaves pelas equipes de propaganda,
que procuram se orientar pelos resultados.
Mas alguma coisa vaza, sobretudo quando é obvia.
O efeito dos programas de Aécio, até agora, foi zero, ou
abaixo de zero.
A cúpula tucana sabe disso e está desesperada em busca de
solução.
Porque, mesmo com Marina quase ausente do horário eleitoral,
Aécio está perdendo espaço para ela e para Dilma, até agora a mais beneficiada
por uma propaganda que impressiona e que tem sido extremamente feliz em colocar
um Lula tão sereno quanto firme.
Bateu na mídia, mas sem irritação, com a segurança de quem
confia na lucidez do eleitor.
Porque um Lula mais agressivo, como no final da campanha de
2010, neste momento, traria a impressão de haver risco eleitoral para sua
candidata.
Por isso é que soa ridícula a versão de que a reunião tucana
de ontem à noite foi convocada “ para avaliar novo cenário” com a entrada de
Marina Silva na disputa.
Uma semana depois? E depois de dias em que, pelo luto, a
campanha de rua ficou paralisada e podiam ter feito não uma, mas meia dúzia de
reuniões?
Por isso o programa da tarde foi remendado com um jogral
entre ele e uma apresentadora e uma biografia para dizer que ele é (!!!) neto
de Tancredo Neves.
Tancredo morreu há quase 30 anos! Ou seja, não é senão um
nome para quem tem menos de 40 ou 45 anos!
De qualquer modo, é possível que da reunião de ontem já
tenham saído algumas iniciativas, sobretudo a de tentar deter o crescimento de
Marina Silva via mídia.
A encrenca do coordenador de campanha de Eduardo Campos que
se recusa a apoiar Marina e o caso do avião – não estou dizendo que são
invenções, porque são fatos – talvez tenham tido o destaque que tiveram durante
todo o dia por um certo beneplácito dos editores com o trabalho de seus
repórteres.
Terça-feira começa a ser divulgada uma rodada de pesquisas
nos Estados mais importantes – presidenciais, inclusive.
Será um desastre se não houver jeito de deixar de registrar
o crescimento de Dilma e de Marina e uma “encolhida” do tucano.
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